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Mais de duas décadas depois do escândalo financeiro que tirou de circulação o Banco Nacional, que integrava o ranking das maiores instituições bancárias do País, a Polícia Federal prendeu o ex-controlador do banco, Marcos Magalhães Pinto, e outros três ex-dirigentes. A prisão ocorreu na manhã de ontem. Depois de exame de corpo de delito, os quatro foram encaminhados ao presídio Ary Franco, no subúrbio carioca de Água Santa. À noite, o desembargador Ivan Athié, da 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), concedeu um habeas corpus para suspender a prisão dos executivos. Ele levou em conta as idades avançadas dos réus (que têm 78, 73, 71 e 56 anos) e o fato de não haver trânsito em julgado do processo contra os quatro.

Além de Magalhães Pin­to, foram presos o ex-vice-presidente da Área de Con­troladoria do banco Clarimundo Sant’anna, e os ex-diretores Arnoldo Oliveira e Omar Bruno Correia. Eles foram condenados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta, prestação de informações falsas a sócio investidor ou à repartição pública e inserção de elementos falsos em demonstrativo contábil de instituição financeira.

Rombo

A crise do Banco Nacional resultou em um dos maiores escândalos financeiros do país. Em 1986 o banco apresentou um rombo de US$ 600 milhões em suas contas, superior ao patrimônio líquido, que era de US$ 250 milhões. Para encobrir o rombo, o banco forjou empréstimos fictícios, abrindo mais de 600 contas fantasmas. As operações foram sendo renovadas e ampliadas, o que resultou em prejuízo de US$ 9,2 bilhões em novembro de 1995, quando o Banco Central decretou intervenção. Para sanear o banco, o BC usou dinheiro do Programa de Reestruturação do Sistema Financeiro (Proer).

Em dezembro de 1995, o BC instaurou inquérito para apurar as suspeitas. Após investigações, o Ministério Público denunciou 33 acusados pelas fraudes. Em novembro de 1996, o Unibanco assumiu a parte não contaminada pela maquiagem nos balanços do Nacional.

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