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Haas, dono do Taco e outros, demitiu 10% dos funcionários | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
Haas, dono do Taco e outros, demitiu 10% dos funcionários| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo

Mão de obra do ramo reclama de baixos salários

Os empresários do setor dizem estar com dificuldade para encontrar funcionários. O dono do Taco El Pancho, Gustavo Motter Haas, que demitiu 10% de seu quadro no primeiro semestre, é um deles. "As pessoas estão optando por ramos em que não é preciso trabalhar nos finais de semana", relata. A demanda por maiores salários também influencia. "Existe pressão grande por aumento de salário, mas eu não consigo pagar, pois nosso setor está em crise", afirma Haas. O piso do funcionário hoje, em Curitiba, é de R$ 798, segundo o Sindehoteis, o sindicato dos trabalhadores em hotelaria e gastronomia de Curitiba e região.

O presidente da entidade, Luís Alberto dos Santos, não aceita os argumentos dos empresários. "Não dá para entender esse discurso. Se os bares das cidades do interior conseguem dar aumento, qual é o motivo para não conseguirem aqui?", questiona.

A média estadual do piso da categoria, de acordo com o sindicato, é de R$ 914. Os trabalhadores da capital pedem R$ 930, além de benefícios como anuênio de 2%, cesta básica de R$200, vale-transporte gratuito, vale-refeição de R$ 20 e adicional de assiduidade de 20%. "Hoje a categoria não tem direito à refeição, vale transporte, anuênio e muito menos cesta básica", relata Santos. Em período de negociação, a categoria ameaça entrar em greve à meia-noite da próxima sexta-feira, dia 29.

R$ 930 de salário é quanto pedem os garçons e outros trabalhadores de hotelaria e gastronomia em Curitiba. Hoje, segundo o Sindehoteis, o piso da categoria é de R$ 798 na capital, contra uma média de R$ 914 no estado. Além do aumento do piso, a entidade, que está em época de negociação com os patrões, pede vales transporte e refeição, cesta básica, anuênio e adicional de assiduidade.

Proprietários de bares em Curitiba parecem não ter motivos para comemorar o fim de ano. O faturamento desses estabelecimentos em 2013 será 20% inferior ao registrado em 2012, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PR). O principal motivo para a queda é a alteração na cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que elevou o preço das bebidas destiladas e dos vinhos em 30%. O valor, cobrado pelo fisco, foi definido com base em um estudo da Secretaria da Fazenda, que levou em conta itens como preço do frete e seguro.

Soma-se ao aumento do ICMS o rigor da lei seca, modificada em fevereiro deste ano. Os empresários do setor alegam, também, que a tragédia ocorrida na boate Kiss, em Santa Maria (RS), afastou os frequentadores de bares.

"Sofremos um baque", diz o proprietário do Taco El Pancho, Gustavo Motter Haas. O bar, localizado na Avenida Batel, fechará o ano com queda de 15% no número de frequentadores, assim como os outros estabelecimentos do empresário – Sheridan’s Irish Pub, Peggy Sue Diner e Soviet.

Foi preciso, também, demitir funcionários. "Tivemos de desligar 10% de nosso quadro no primeiro semestre, mas estamos tentando repor agora", afirma Hass.

Semestre crítico

O período entre janeiro e julho de 2013 foi o mais crítico para o setor, registrando queda de 30% no faturamento, segundo a Abrasel-PR. "A gente espera que o resultado do primeiro semestre nunca mais se repita, mas o ano está longe de fechar com alta", relata Gustavo Ferreira, proprietário do Taj Bar.

A queda de frequentadores nos bares do empresário, que também é dono do Santa Marta, chegará a 20% neste ano na comparação com 2012. Para Ferreira, além do aumento do ICMS e dos "fatores lei seca e Kiss", o setor sofre com a inflação, que deve fechar em 5,83% neste ano, segundo projeções do Banco Central (BC).

"A pressão inflacionária nos itens que a gente utiliza em comércio, aluguel e bebida está muito acima dos 5,8%. Só nosso chope aumentou 15% nos últimos doze meses ", afirma Ferreira.

Fator temperatura

O clima frio também foi apontado pelos empresários como um motivo para a queda no consumo de bebidas. Segundo o Simepar, a capital registrou, esse ano, a temperatura mais baixa desde 2000, e a segunda menor desde 1997 (-2ºC). Os curitibanos chegaram até a ver neve.

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