Quase tudo num smartphone de hoje tende a ficar melhor na próxima versão: processador, tela, memória, câmera. Em um curto espaço de tempo, os telefones top de linha se tornam obsoletos, substituídos por máquinas mais poderosas. Mas há pelo menos uma parte dos aparelhos em que a tecnologia não avança no mesmo ritmo dos demais componentes, o que vem provocando uma grande dor de cabeça nos donos de celulares: as baterias.
Não é que a tecnologia das baterias não esteja melhor a cada novo lançamento. Na maioria dos casos, há avanços. O problema é que o consumo de energia exigido pelos aparelhos cresce a uma velocidade maior que a capacidade de armazenagem das baterias. O resultado é conhecido de todos que têm um celular com GPS e rede 3G: no fim do dia, e às vezes muito antes disso, dependendo dos aplicativos utilizados, o smartphone começa a dar sinais de que está prestes a morrer.
As baterias mais utilizadas em smartphones, laptops e tablets são as chamadas baterias de íon de lítio, um metal encontrado com abundância na América do Sul, especialmente na Bolívia, Chile e norte da Argentina.
Numa economia que durante muito tempo foi fortemente dependente de combustível fóssil, e continua a ser, as baterias sempre ficaram em segundo plano na estratégia das indústrias e dos governos. Foi só com a ascensão no uso de dispositivos móveis nos últimos anos que se percebeu o atraso das pesquisas científicas para a melhora dessa tecnologia. "A massificação desses aparelhos ocorreu muito rapidamente", diz o físico Patrício Rodolfo Impinnisi, professor do curso de Engenharia Elétrica da UFPR, especialista em baterias e coordenador da área de veículos elétricos do Sistema Brasileiro de Tecnologia, o Sibratec.
Segundo ele, os investimentos em pesquisa para a melhora de baterias são "infinitamente maiores" hoje do que foram no passado, mas o número de indústrias voltadas especificamente para a pesquisa desse tema ainda é relativamente pequeno. "O problema da bateria de íon de lítio é que ela é bastante inflamável. No caso de falha, pode pegar fogo. Então antes de pensar em aumentar a autonomia das baterias, as empresas tiveram que atacar a questão da segurança. Esse processo já está sendo finalizado hoje as baterias são bastante seguras e agora as indústrias estão dando mais atenção para como aumentar a autonomia", afirma ele.
Competição
A concorrência parece ser, de fato, a maior esperança para que o carregamento diário do smartphone se torne algo do passado. Nenhuma fabricante de celular quer ficar de fora da tecnologia de rede 4G (banda larga móvel de alta velocidade), sob o risco de ver a preferência dos consumidores se voltar para um produto dos concorrentes. É bastante certo que o próximo iPhone, por exemplo, venha equipado para o uso da rede 4G. Mas como o uso da rede de internet super rápida é a grande vilã do uso de bateria, os fabricantes estão se descabelando para encontrar uma maneira de, pelo menos, manter o nível de autonomia das baterias no mesmo patamar do atual. Se tudo o mais falhar, quem sabe seja a hora de comprar uma capa com bateria externa, conforme as sugestões do box na página.
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