O dólar inverteu o movimento do início dos negócios e confirmou a quarta queda seguida ante o real nesta segunda-feira, por conta de um ingresso de recursos de investidores estrangeiros no mercado doméstico.
Apesar de um leilão de compra de dólares realizado pelo Banco Central no mercado à vista durante esta tarde, as cotações permaneceram em baixa.
O dólar encerrou o dia em baixa de 0,58 por cento, cotada a 2,059 reais para venda, ainda no menor nível de fechamento desde meados de outubro.
O movimento interno do dólar descolou do exterior. Frente a uma cesta com as principais moedas globais, a moeda norte-americana tinha leve alta de 0,3 por cento no final da tarde.
Desde 2 de março --quando fechou a 2,443 para venda, cotação máxima do ano-- o dólar já acumula queda de 15,7 por cento.
"As condições da nossa economia, principalmente as de investimento externo, fazem com que continue havendo entrada de recursos de investidores externos no país", avaliou o gerente de câmbio de um banco nacional que preferiu não se identificar. Ele citou como exemplo a entrada de recusos de estrangeiros na bolsa paulista.
Só nos primeiros seis dias de maio, foram 2,9 bilhões de reais.
Ele acredita ainda que, caso a trajetória de queda do dólar permaneça, é provável que o Banco Central volte a realizar mais leilões de compra no mercado à vista, considerando que o BC procura manter o equilíbrio das taxas de câmbio para que exportadores não se sintam prejudicados.
Em outro sinal da fraqueza da moeda norte-americana no mercado doméstico, segundo os dados mais recentes da BM&F, a posição comprada de investidores estrangeiros --que, na prática, revela uma aposta na alta do dólar-- caiu para 1,9 bilhão de dólares, menor nível desde 9 de setembro de 2008, mês em que a crise global se aprofundou. Em março deste ano, essa posição alcançou o pico de 14,3 bilhões de dólares.
Já nos Estados Unidos, as bolsas de valores recuavam no final da tarde, sob o peso da realização de lucros. Notícias de que bancos importantes anunciaram grandes ofertas de ações ordinárias para pagar os empréstimos tomados com o governo também pressionavam os índices.
No Brasil, o principal índice da Bovespa seguia em linha com Wall Street e caía mais de 1 por cento.
No mercado de câmbio doméstico, de acordo com os últimos dados disponibilizados pela BM&F, o volume de dólar negociado no segmento à vista girava em torno de 1,3 bilhão de dólares.
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