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Banco Central confirmou a previsão do mercado e elevou ontem a taxa básica de juros |
Banco Central confirmou a previsão do mercado e elevou ontem a taxa básica de juros| Foto:

Nem o recuo da inflação nem a crise europeia alteraram a trajetória de alta dos juros brasileiros. O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou ontem à noite o segundo aumento consecutivo da taxa Selic, que passou de 9,50% para 10,25% ao ano, por unanimidade.A taxa básica de juros voltou à casa dos dois dígitos exatamente um ano depois de ficar, pela primeira vez na história, abaixo de 10% anuais. Na época, a economia estava em recessão. Agora, cresce a "taxas chinesas", apesar dos sinais de desaceleração. A alta dos juros é parte da política do governo de retirar os estímulos ao crescimento da economia anunciados durante a crise de 2008 e 2009.

O comunicado divulgado ontem após a reunião, com o mesmo texto apresentado em abril, reforça a expectativa de que a taxa continuará subindo pelo menos até a véspera da eleição. "Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias ao cenário prospectivo da economia, para assegurar a convergência da inflação à trajetória de metas, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa", informou o BC.

A queda na inflação medida pelo IPCA (índice oficial do governo) nos últimos 12 meses, divulgada na manhã de ontem pelo IBGE (leia mais abaixo), mudou a expectativa dos economistas. A alta de 0,75 ponto porcentual era uma aposta praticamente unânime no mercado. Em abril, o BC já havia elevado a Selic de 8,75% para 9,50% ao ano, dando início a um novo ciclo de alta dos juros, o primeiro desde 2008.

Desaquecimento

O Copom volta a se reunir nos dias 20 e 21 de julho, para quando é esperada uma nova alta da mesma magnitude. De acordo com a pesquisa Focus, feita pelo BC com cerca de 100 economistas, os juros devem chegar a 11,75% anuais em setembro. Depois, a taxa voltaria a subir apenas em janeiro de 2011, para 12%.

Apesar do aprofundamento da crise europeia e da desaceleração da economia brasileira desde a última reunião do Copom, pesaram na decisão do BC o fato de a inflação continuar acima do centro da meta de 4,5% e o forte crescimento da economia no início de 2010.

Na terça-feira, o IBGE havia divulgado que o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que cresceu 9% ante o mesmo período de 2009 e 2,7% em relação ao trimestre anterior.

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