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Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini | Reuters/Ricardo Moraes
Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini| Foto: Reuters/Ricardo Moraes

O Banco Central está confortável com suas previsões de inflação para 2011 apesar da leitura mais forte que o esperado do IPCA de junho, que alimentou apostas de que será necessário um juro ainda mais alto para manter os preços contidos.

Falando a investidores em Nova York, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse nesta segunda-feira que não ficou surpreso com a alta de 0,15 por cento no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho, que correspondeu a mais que o dobro da estimativa de analistas consultados em pesquisa da Reuters.

De fato, disse Tombini, a previsão "implícita" do BC para o IPCA do mês passado era de inflação de 0,12 por cento. Ele acrescentou que os atuais números permitem ao país fechar o ano com a inflação "levemente abaixo de 6 por cento", dentro da meta do governo, que é de 4,5 por cento ao ano com tolerância de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

"O Banco Central está confortável com o resultado da inflação em junho", afirmou Tombini em evento organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.

Ele lembrou a investidores que as políticas monetária e fiscal "operam com defasagem".

"Sentiremos a força total desses instrumentos no final do terceiro trimestre e no início do quarto trimestre deste ano."

O BC já elevou a Selic --taxa básica de juros-- quatro vezes neste ano, totalizando 1,5 ponto percentual de aumento, para 12,25 por cento ao ano. Ao mesmo tempo, o governo federal prometeu cortar do Orçamento deste ano 50 bilhões de reais para combater a alta dos preços.

Contudo, a leitura de junho do IPCA levou investidores a revisar as estimativas para a inflação deste ano pela primeira vez em 10 semanas, de acordo com o relatório Focus.

Segundo o documento, que inclui prognósticos da semana encerrada em 9 de julho, a expectativa para a alta da inflação oficial subiu a 6,31 por cento, ante 6,15 por cento na pesquisa anterior.

Contendo fluxos de capital

Tombini disse que o governo tem sido capaz de moderar os fluxos de capital ao Brasil e coibir excessos no crédito com uma série de medidas macroprudenciais com o objetivo de esfriar o crédito à pessoa física ou para reduzir o risco assumido por instituições financeiras.

Ele afirmou que as medidas visam conter "potenciais riscos à estabilidade financeira no futuro", em vez de remediar a situação.

Segundo Tombini, apesar dessas ações, o Brasil continuará sendo um destino atraente para os mercados de capital internacionais, porque o Banco Central vê os fluxos como "parte da solução" para o déficit de infraestrutura do país.

Segundo analistas, contudo, as constantes entradas de recursos são uma das principais causas da queda do dólar, que na semana passada atingiu o menor patamar ante o real desde janeiro de 1999.

Para barrar a baixa da taxa de câmbio, o BC reforçou as compras nos mercados à vista e futuro e anunciou no final da sexta-feira uma medida visando reduzir as posições vendidas dos bancos no segmento à vista.

O BC determinou o recolhimento de um depósito compulsório sobre a posição vendida dos bancos que exceder 1 bilhão de dólares, ou que seja superior ao seu patrimônio de referência, o que for menor. Desde abril esse compulsório era recolhido sobre posição superior a 3 bilhões de dólares .

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