• Carregando...

O segundo mandato do primeiro-ministro britânico, David Cameron, mal começou. Mas já contabilizou um primeiro embaraço — provocado pelo presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney. Ele virou alvo da ira de parlamentares trabalhistas e conservadores depois que a instituição se viu obrigada a admitir que vinha, secretamente, investigando os impactos financeiros de uma possível saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado “Brexit”. E tudo por conta de um e-mail confidencial enviado por engano a jornalistas do diário The Guardian.

O e-mail continha detalhes de um estudo intitulado “Projeto Bookend”, encomendado pelo banco para avaliar os cenários econômicos caso o Reino Unido deixe a União Europeia num eventual referendo — que Cameron deseja promover em 2017. Segundo o Guardian, o e-mail foi enviado pelo diretor de estabilidade financeira do banco, Sir Jon Cunliffe, a quatro executivos do alto escalão da instituição.

HSBC confirma que unidade brasileira está à venda

Em comunicado, banco britânico oficializa que estuda sair do Brasil

Leia a matéria completa

Sigilo

Chamaram a atenção, sobretudo, os repetidos apelos para que os trabalhos de análise da força-tarefa ficassem em segredo e não tivessem caráter político. E a ordem era clara. De acordo com o “Guardian”, se alguém perguntasse sobre o projeto, deveria receber como resposta que “a investigação nada tem a ver com o referendo e que os funcionários estão apenas examinando uma vasta gama de assuntos econômicos europeus”.

Diante do mal-estar, o Banco da Inglaterra se viu obrigado a explicar. “Não deveria ser surpresa que o banco está promovendo este tipo de trabalho sobre uma declarada política de governo. Há uma série de questões econômicas e financeiras que surgem no contexto da renegociação e do referendo nacional. É uma das responsabilidades do banco avaliar aquelas que se relacionam com seus objetivos”, diz o comunicado.

O Banco insistiu, ainda, ter o direito de promover tais estudos secretamente. A revelação, porém, desperta dúvidas. E muitos britânicos já se questionam se é apropriado para o banco realizar tais estudos em segredo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]