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Meirelles teve de defender sua independência antes da reunião do Copom | Renato Araújo/ABR
Meirelles teve de defender sua independência antes da reunião do Copom| Foto: Renato Araújo/ABR

Pressionado pelas especulações em torno da decisão, hoje, do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a nova taxa de juros básica do país e pelas leituras sobre uma eventual politização da atuação do Banco Central (BC) devido às eleições, o presidente da autarquia, Henrique Meirelles, veio a público ontem para reafirmar que a instituição tem autoridade para controlar a inflação, de forma técnica e autônoma. "O BC não precisa provar mais nada a ninguém", disse.A condução da política monetária, disse ele, fez com que a surpresa inflacionária passasse a ser "cada vez mais parte do passado". Dessa forma, ele reforçou a impressão que a taxa de juros terá hoje uma elevação forte. A aposta da maioria dos analistas é que a alta será de 0,75 ponto porcentual, mas há quem arrisque uma elevação de 1 ponto.

Ao fazer tais afirmações, Meirelles quebrou uma tradição. Até agora, ele nunca havia falado sobre juros na véspera do Copom. Os recados foram dados durante a cerimônia de posse do novo diretor de assuntos internacionais, Luiz Awazu Pereira da Silva

Diante da nova diretoria que, agora, é composta exclusivamente de nomes vindos do setor público, rechaçou a tese de que a autoridade monetária tenha mudado. "Engana-se quem acha que houve mudança nessa administração. Não houve e não haverá", disse.

O discurso tenta afastar a avaliação incômoda feita por parte do mercado de que o BC teria alterado sua atuação após episódios recentes como a indecisão de Meirelles sobre o retorno à vida política e a mudança na composição da diretoria – que teve a saída de nomes de mercado como Mário Torós e Mario Mesquita. Ele quer reconquistar a credibilidade junto aos economistas e, assim, afastar a imagem de que o BC estaria enfraquecido.

O principal argumento é que a instituição mantém o mesmo rumo há mais de sete anos: "critérios técnicos e a autonomia operacional concedida pelo presidente da República". No período, lembra, a inflação permaneceu dentro da meta, exatamente como manda o figurino.

Bastante à vontade, Meirelles disse que algumas análises sobre o trabalho do BC parecem ter vindo de "outra realidade". "É como se algumas pessoas estivessem acostumadas ao fracasso e à busca de culpados ou de motivações diversas. Quando, na realidade, hoje estamos administrando o sucesso", disse.

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