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Brasília - Mesmo com a inflação em queda e o cumprimento das metas do governo bem encaminhadas, o Banco Central diz que ainda é preciso "cautela" na condução da política de juros, por isso decidiu interromper, na semana passada, a trajetória de queda da taxa Selic iniciada no começo do ano.

Ontem foi divulgada a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que determinou a manutenção da Selic em 8,75% ao ano até seu próximo encontro, marcado para 20 e 21 de outubro. Em janeiro, a taxa estava em 13,75% ao ano, e chegou ao nível atual – o mais baixo desde a criação do comitê, em 1996 – depois de cinco cortes seguidos.

O documento repete o que o BC já diz há alguns meses: os juros já caíram muito neste ano e, mesmo que não haja sinais de pressões inflacionárias, é preciso esperar para ver como a economia vai reagir a esse impulso.

Além disso, porém, o BC adicionou uma preocupação maior com os impactos que a redução de impostos para alguns setores terá sobre o desempenho do nível de atividade como um todo. "Importantes estímulos monetários e fiscais foram introduzidos na economia nos últimos meses, e (...) os efeitos desses estímulos devem ser cuidadosamente monitorados ao longo do tempo", diz.

Os estímulos fiscais atingiram, principalmente, a indústria, beneficiada pela redução do IPI sobre automóveis e eletrodomésticos. O BC ressalta que esse corte não é permanente – vigora até o fim do mês –, por isso há dúvidas sobre seu efeito na economia: caso o governo decida prorrogá-lo, o estímulo ao crescimento será maior; caso contrário, a recuperação pode ser mais lenta.

"Se houver um estímulo fiscal maior em 2010, a política monetária pode não ser usada para estimular a retomada do nível de atividade", afirma Alexandre Lintz, economista-chefe do BNB-Paribas. Nesse cenário, a Selic tenderia a ficar estável por mais tempo.

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