Mesmo o Banco Central tendo mantido o tom mais ‘hawkish’ (conservador) na ata de junho, ao afirmar que o cenário de convergência da inflação para 4,5% no fim de 2016 ‘tem se fortalecido’, os economistas duvidam da capacidade da autoridade monetária em fazer convergir o IPCA no período desejado.
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A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira (11), em Bruxelas, na Bélgica, que o Brasil “não pode conviver com a inflação alta” e que o governo já está tomando todas as medidas para estabilizar os preços. A declaração veio um dia depois de o IBGE anunciar que a inflação de maio subiu para 0,74%, com o acumulado em 12 meses alcançando 8,47%
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No mercado financeiro é praticamente unânime a percepção de que o objetivo dificilmente será atingido. Levantamento realizado pelo AE Projeções mostra que, de um total de 28 participantes, 16 esperam que o IPCA chegue a 4,5% apenas em 2017. Somente três acreditam que isso aconteça em 2016.
Ainda que a taxa Selic em 13,75% ao ano esteja em seu maior patamar desde agosto de 2006, quando chegou a 14,25%, os economistas não acreditam que os efeitos dos aumentos ocorridos até o momento serão suficientes para conter a aceleração dos preços. Além de já estar em nível elevado, a inflação vem surpreendendo muitos profissionais, como reforçou na quarta-feira (10) o IPCA do quinto mês de 2015, ao ficar em 0,74%, acima do teto das expectativas do mercado (de 0,68%).
Para os analistas ouvidos, o resultado maior que o previsto do IPCA no quinto mês de 2015 neste momento de fraqueza econômica só reforçou que o trabalho de desaceleração do índice para 4,5% em 2016 não será tarefa fácil para o BC e para muitos deles missão impossível.
Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a taxa Selic para 13,75% e que foi divulgada nesta quinta-feira (11), o BC pinçou do dicionário as palavras “determinação e perseverança” para reforçar a comunicação e mostrar o tamanho do seu compromisso com a convergência do IPCA para o centro da meta de 4,5% ainda em 2016.
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