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 | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Brasília - O Banco Central anunciou ontem o maior programa de aumento de circulação de moedas e notas de pequeno valor desde a criação do Plano Real. Serão colocadas no mercado 1,4 bilhão de novas moedas – principalmente de R$ 1 e R$ 0,50 – e 460 milhões de cédulas de R$ 2 e R$ 5. A intenção é elevar a oferta de troco, reclamação antiga de comerciantes e clientes.

Desde a adoção do Real em 1994, o BC colocou em circulação 14 bilhões de moedas. Ao contrário das cédulas, que sofrem deterioração com o tempo, as moedinhas não são recolhidas pela instituição e continuam no bolso e carteiras dos brasileiros. O problema é o chamado "entesouramento", quando o cidadão esquece ou guarda o dinheiro. Isso explica boa parte da falta de troco. Por outro lado, há uma desproporção pouco compreensível na distribuição das cédulas em circulação. Cerca de um terço das notas – cerca de 1,356 bilhão – são de R$ 50, segundo o site do BC. É bem mais do que a soma de cédulas de R$ 2 e R$ 5 (1,023 bilhão).

Para tentar amenizar a situação, o BC pediu à Casa da Moeda a produção de 1,4 bilhão de moedas, o que vai aumentar o volume em circulação em 10%. São quase oito novas moedas para cada um dos 190 milhões de brasileiros. A produção desse dinheiro custará R$ 200 milhões. Também serão produzidas 460 milhões de cédulas, pouco mais de duas por habitante. Serão 350 milhões de notas de R$ 2, o que vai aumentar a circulação dessa cédula em 50%, e 110 milhões de R$ 5. Para imprimir o dinheiro, o BC vai gastar R$ 120 milhões.

O diretor de administração do BC, Anthero Meirelles, explicou que será dada prioridade à impressão de cédulas de menor valor porque são as mais usadas pela população. Na média, uma cédula de R$ 2 circula por 12 meses. Depois desse período, fica sem condições de uso e é retirada de circulação pelos bancos. As notas de R$ 1 não são impressas desde 2005, mas continuam em circulação e estão sendo recolhidas gradativamente.

O dinheiro novo chegará à população por meio de dois canais. O principal será o sistema financeiro. O BC já vem aumentando o volume de repasses de cédulas de menor valor e moedas aos bancos, o que deve elevar gradativamente a oferta de troco nas agências. A novidade é um canal direto com os pequenos comerciantes, que, a partir de 14 de setembro, poderão trocar cédulas de grande valor em postos no Banco do Brasil. A troca será gratuita, inclusive para quem não é cliente da instituição, com o uso do "kit troco" que virá montado do BC. Os guichês devem funcionar por dois a três meses – o problema é que, ao menos no início, haverá apenas um posto de troca por estado.

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