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O dólar fechou em baixa frente ao real nesta terça-feira (11), interrompendo sequência de duas altas, num pregão marcado por forte volatilidade e novamente com o Banco Centralatuando por duas vezes, dando continuidade à queda de braço que tem disputado com os investidores. As intervenções do BC foram interpretadas por analistas como um sinal de que, embora ainda seja cedo para determinar um novo teto para o dólar, a autoridade monetária não deve permitir que a moeda norte-americana ultrapasse muito o nível de R$ 2,15.

O dólar fechou com queda de 0,53%, para R$ 2,1365 na venda, batendo na mínima de R$ 2,1328 e na máxima de R$ 2,1665. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 2,3 bilhões de dólares. "O BC se contentou com os dois leilões. As operações tiraram a pressão de alta do dólar e aí o mercado veio se acalmando", disse o diretor de câmbio João Medeiros, da Pioneer Corretora.

Mais cedo, o BC repetiu a atuação da véspera e anunciou dois leilões de swap cambial tradicional --equivalentes a vendas de dólares no mercado futuro-- depois que o dólar foi ao patamar de R$ 2,16 reais. Ao todo, foram ofertados até 80 mil contratos nos dois leilões, e a autoridade monetária vendeu 45 mil. Na segunda-feira (10), mesmo tendo feito dois leilões no mesmo dia, algo que não acontecia desde o final de 2012, o BC não conseguiu segurar a alta do dólar, que fechou com valorização de 0,71 por cento, perto de 2,15 reais e no maior patamar em quatro anos. "O BC não tem interesse de deixar o dólar se apreciar muito fortemente. Não vejo um patamar fixo como antes, mas ele está tentando estabilizar a moeda em torno de 2,15 reais na medida do possível", afirmou o consultor de pesquisas econômicas do Banco Tokyo-Mitsubishi Mauricio Nakahodo.

Para ele, a valorização do dólar ante o real pode pressionar a inflação e atrapalhar os planos do BC de segurar os preços por meio do aumento da taxa básica de juros, atualmente em 8 por cento ao ano após o início do ciclo do aperto monetário em abril.

A valorização da divisa na primeira parte dos negócios foi mais uma vez impulsionada pelo quadro externo. Dados recentes têm sinalizado que a economia dos Estados Unidos estaria se recuperando, alimentando perspectivas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, comece a diminuir o seu programa de estímulo monetário, reduzindo a oferta de dólares no mundo.

O mercado também trabalhava sob expectativa de que o governo possa fazer novas mudanças no câmbio em breve, como zerar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre as posições cambiais vendidas líquidas. Segundo o operador de câmbio da Advanced Corretora Reginaldo Siaca, a queda do dólar foi influenciada também por um movimento de ajuste.

"A maioria das moedas lá fora deu uma valorizada nos últimos três pregões, enquanto as moedas emergentes se desvalorizaram. Agora, o real está correndo atrás do prejuízo", disse Siaca.

Nas últimas três sessões, até a véspera, o euro acumulou alta de 1,24 por cento ante o dólar, enquanto o dólar australiano perdeu 0,81 por cento em relação à moeda dos EUA. No mesmo período, o dólar acumulou ganhos de 0,79 por cento ante o real.

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