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“Temos cerca de 1,5 milhão de quilômetros de estradas e rodovias, pouco mais de 30 mil quilômetros de ferrovias e menos de 20 mil quilômetros de hidrovias navegáveis, o inverso de muitos países.”
Jorge Samek, diretor-geral de Itaipu | Mauricio Lima/AFP
“Temos cerca de 1,5 milhão de quilômetros de estradas e rodovias, pouco mais de 30 mil quilômetros de ferrovias e menos de 20 mil quilômetros de hidrovias navegáveis, o inverso de muitos países.” Jorge Samek, diretor-geral de Itaipu| Foto: Mauricio Lima/AFP

Região terá 5 mil km navegáveis

Com a interligação das bacias hidrográficas do Tietê e do Rio da Prata, a navegação poderá se estender por quase 5 mil quilômetros, entre Brasília e Buenos Aires, incluindo portos no Paraguai e Uruguai. "Um mo­­dal não inviabiliza o outro. A intermodalidade vai disponibilizar mais opções e melhorar a logística na região. Pode­re­mos, por exemplo, voltar a auxiliar o Paraguai a escoar sua safra anual de 2 milhões de toneladas de soja que hoje se­­gue direto para o porto argentino de Rosário", projeta o conselheiro da Acifi, Wanderley Teixeira.

A melhoria na logística de transporte, diz o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), Luiz Antônio Pagot, depende da mudança na matriz brasileira e do incentivo ao uso cada vez maior das hidrovias. Ao citar outros trechos importantes, como o Rio Tocantins, calcula que seriam necessários R$ 10 bilhões para ampliar a navegabilidade da Hidrovia Paraná-Tietê dos atuais 800 quilômetros para cerca de 2 mil quilômetros.

Um convênio entre o Banco Interamericano de Desenvolvi­mento (BID) e a Itaipu Binacional garantirá o repasse de US$ 500 mil para a elaboração do pré-projeto de viabilidade da integração das bacias hidrográficas Paraná-Tietê e Paraná-Prata. A iniciativa, encampada pela As­so­ciação Comercial de Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi) há quase dez anos, prevê a transposição da barragem da hidrelétrica de Itaipu, ligando o reservatório ao leito normal do Rio Paraná, entre o Brasil e o Paraguai.Conforme o Termo de Refe­rência assinado no fim de agosto, a binacional será a responsável por acompanhar o processo que resultará nos estudos de viabilidade econômica, ambiental e técnica da chamada Hidrovia do Mercosul. Entre as alternativas estão a instalação de três portos – um às margens do lago, outro abaixo da usina e um no Rio Iguaçu –, desviando a barragem por um trecho rodoviário, e a construção de eclusas.

O processo de licitação deve ser iniciado até o final do ano, com a contratação da empresa que elaborará o pré-projeto já em janeiro. O estudo apontará a melhor alternativa para a integração das duas hidrovias e dará suporte à abertura de uma nova concorrência pública, dessa vez para a elaboração do projeto com a descrição e recursos necessários para a obra.

Desenvolvimento

O diretor-geral de Itaipu, Jorge Samek, ressalta que as melhorias na infraestrutura de transporte da região fazem parte dos 31 pontos acordados entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo, em julho, em Assunção. Mais que a ampliação da hidrovia Paraná-Tietê, explica, a cooperação assumida deve contemplar a extensão de ramais ferroviários, através dos quais será possível fazer uma ligação de Paranaguá até os portos chilenos, passando pelo Oeste do Paraná.Cerca de 30% mais econômico que o transporte rodoviário, o modal hidroviário é um dos mais utilizados em países como Estados Unidos, China e Itália. Samek lembra que, nesse setor, o Brasil corre na contramão do desenvolvimento mundial. "Temos cerca de 1,5 milhão de quilômetros de estradas e rodovias, pouco mais de 30 mil quilômetros de ferrovias e menos de 20 mil quilômetros de hidrovias navegáveis, o inverso de muitos países."

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