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A BM&FBovespa trabalha com um cenário de 45 a 50 ofertas públicas iniciais de ações (IPO, em inglês) represadas por conta da turbulência nos mercados internacionais, afirmou o presidente da bolsa paulista nesta quarta-feira.

Apesar disso, Edemir Pinto considera como difíceis as chances de alguma dessas operações, além de ofertas subsequentes (follow-on), irem a mercado ainda este ano.

"A crise europeia continua e estamos perto do final do ano. Fica difícil abrir a janela para as empresas em pouco tempo conseguirem levantar alguma coisa em 2011", disse o executivo em teleconferência com jornalistas.

"Na questão de IPO e follow-on eu acho pouco provável que tenhamos uma novidade durante 2011. As expectativas todas estão voltadas para uma grande performance em 2012, considerando a possibilidade da crise europeia ter seus dias contatos", acrescentou.

Segundo ele, as operações de IPO represadas são de médio porte, entre 200 milhões e 300 milhões de dólares, abaixo da média dos últimos dois anos, de 400 milhões a 450 milhões de dólares.

"Abrindo a janela (com redução da volatilidade), não sei se companhias vão rever o tamanho dessas ofertas", disse Edemir.

Apesar da turbulência da economia global, o executivo manteve a meta da bolsa registrar a entrada de mais 200 empresas com ações no mercado, sem especificar um prazo.

A empresa divulgou na véspera lucro líquido de 292 milhões de reais entre julho e setembro, praticamente estável ante o obtido no mesmo período de 2010, em meio a cortes de despesas que ajudaram a compensar margens menores devidas a descontos nas tarifas.

Para o quarto trimestre, o diretor financeiro da bolsa, Eduardo Guardia, evitou fazer projeções de desempenho, mas lembrou que, em outubro, o desempenho do mercado de ações foi positivo --alta de 11,5 por cento do índice Ibovespa, com giro financeiro médio de 7,1 bilhões de reais. Em novembro, contudo, a performance está abaixo da média do ano no segmento de ações.

Às 11h22, as ações da BM&FBovespa exibiam queda de cerca de 1 por cento, enquanto o Ibovespa recuava 1,57 por cento.

TARIFAS

Edemir comentou que a bolsa está trabalhando em uma segunda fase de sua nova política de tarifação de operações e informou que, até o final do ano, a instituição terá concluído as discussões. "O foco dessa fase está no grande investidor, no grande volume, mas também tem um foco no investidor pessoa física, principalmente neste que usa diretamente a custódia da bolsa."

Segundo o executivo, a bolsa está discutindo com o governo sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para o mercado de ações e espera que o tributo seja revisto. "Não faz mais sentido hoje, principalmente olhando para a quantidade de empresas represadas que nós temos. São captações médias, abaixo da média histórica", disse Edemir.

O imposto no segmento foi introduzido em 2009, quando o Ibovespa estava próximo dos 70 mil pontos. O índice fechou na terça-feira a 59.045 pontos.

A BM&FBovespa reviu na terça-feira suas projeções de investimentos em 2011 e, nesta quarta-feira, os executivos da empresa afirmaram que o orçamento para o próximo ano ainda está sendo definido. Edemir comentou que a queda na projeção de investimento deveu-se principalmente ao adiamento para 2012 da construção do centro de processamento de dados da bolsa.

Sobre o caso em que a Receita Federal cobra da instituição centenas de milhões de reais em tributos que não teriam sido recolhidos em 2008 e 2009 com a união das bolsas BM&F e Bovespa, Edemir afirmou considerar como "remotíssimas" as chances da empresa perder o caso, após apelações em segunda instância na Justiça.

"Segundo nossos advogados, isso (julgamento da defesa no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) deve levar pelo menos um ano. Esse julgamento não modificou nada em nossos planos e tampouco fizemos mudanças em provisão para esse tipo de assunto."

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