Líder no mercado de crédito consignado (com desconto em folha de pagamento), com participação de 20%, o banco BMG decidiu usar o futebol para consolidar essa posição. Com uma estratégia agressiva, ganha terreno no interior do país ajudando pequenos clubes. O apoio do BMG que é presidido por Ricardo Guimarães, ex-presidente do Atlético-MG e um dos réus no caso do mensalão é condicionado ao acesso à folha de empréstimo consignado dos servidores da prefeitura da cidade do time patrocinado.
Ao mesmo tempo em que exibe sua marca nas camisas de quase metade dos times da primeira divisão, entre eles o Coritiba, o banco não poupa esforços para apoiar times menores. Em Minas Gerais, sede do banco, o BMG domina praticamente todos os espaços nas camisas dos times locais. Os patrocínios se estendem à segunda divisão, onde apenas o Uberlândia não estampa a marca. O banco está em negociação para aquisição de outros dois bancos, o Morada e o Schahin, que também oferecem crédito consignado.
Em Campina Grande, na Paraíba, o patrocínio aos dois times da cidade Treze e Campinense só foi fechado depois que a prefeitura autorizou o banco a fornecer empréstimo consignado e outros produtos aos servidores municipais. O BMG patrocina até mesmo o modesto Sete de Junho, de Tobias Barreto (SE), que disputa a segunda divisão do estado. O presidente do clube, Ubiratan Alves de Jesus, diz que o apoio foi conseguido pela financeira da cidade.
O banco apoia pelo menos 35 clubes. Nove deles disputam a primeira divisão, quase a metade dos 20 clubes que disputarão o campeonato brasileiro. No ano passado, o BMG gastou R$ 115,1 milhões em ações de marketing e promoções. Esse montante, na maior parte, é destinado ao futebol. Comparado aos R$ 32 milhões gastos em 2009, é um avanço de 257%.
A participação do BMG no futebol não se resume a pagar para exibir sua marca. O banco também oferece empréstimos facilitados aos clubes e tem participação nos passes de jogadores, e criou ainda um fundo de investimentos que detém passes de vários jogadores.
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