O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, admitiu nesta terça-feira (24) que o impacto da apreciação do real para o setor exportador não passou despercebido pelo banco. Mas sobre a possibilidade de serem divulgadas medidas de apoio aos exportadores, que sofrem atualmente com o dólar fraco, o executivo disse que a decisão caberia apenas ao Ministério da Fazenda. "Do nosso ponto de vista, há uma preocupação com a apreciação da taxa de câmbio, que não só afeta setores manufaturados neste momento, mas até mesmo alguns setores competitivos, cujos preços internacionais não estão tão favoráveis", admitiu.

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Após participar da abertura do 11º Congresso de Agribusiness, no Rio de Janeiro, Coutinho afirmou que o câmbio é um tema que tem preocupado o governo. Ele lembrou que a União já adotou "medidas no passado recente", mas preferiu não especular se o governo poderia adotar novas ações de apoio aos exportadores.

Coutinho afirmou ainda que as medidas de apoio aos setores de máquinas e equipamentos, elaboradas pelo governo durante a crise têm data prevista para acabar, em 31 de dezembro. Segundo ele, qualquer decisão de prorrogação depende do Ministério da Fazenda.

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Agropecuária

Os empréstimos do BNDES para a agropecuária podem encerrar 2009 com um volume superior a R$ 18 bilhões, acima do total de R$ 16 bilhões alocados para o setor no ano passado, informou Coutinho. De acordo com o presidente do banco de fomento, até outubro deste ano os financiamentos para o setor agropecuário acumulam, em 12 meses, montante de R$ 16,9 bilhões.

Na avaliação de Coutinho, o setor agropecuário foi um dos sustentáculos da atividade econômica brasileira em meio à crise. "Eu acho que nós vamos chegar a um número bastante expressivo este ano (de empréstimos para a agropecuária), provavelmente superior a R$ 18 bilhões, mas é difícil dizer um número exato", afirmou.