Os investimentos no Brasil, de 2014 a 2017, deverão atingir R$ 4,07 trilhões, de acordo com estudo divulgado nesta quinta-feira (22) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O estudo atualiza o levantamento anterior, de outubro do ano passado, para o mesmo período, abrangendo projetos e planos estratégicos de empresas apoiadas ou não pelo banco, que apontou investimentos de R$ 3,98 bilhões para o país. Uma correção, portanto, de 2,26% em sete meses.
Já em relação ao quadriênio 2009/2012, quando os investimentos projetados alcançaram R$ 3,17 trilhões, o estudo mostrou um cenário de crescimento nominal de 28% entre 2014 e 2017, com expansão média de 5,1% por ano.
O economista Fernando Puga, do grupo de trabalho da Área de Pesquisa e Acompanhamento Econômico do BNDES que elaborou o estudo, avaliou, em entrevista à Agência Brasil, que a revisão para cima é importante, e mostra que o investimento está crescendo no Brasil. "A gente vê com um olhar bastante positivo este aumento. O comparativo mostra o investimento crescendo à média de 5% ao ano".
De acordo com o levantamento, as maiores revisões, em comparação aos números obtidos em outubro de 2013, ocorreram nos setores de petróleo e gás (R$ 30 bilhões a mais), energia elétrica (mais R$ 16 bilhões) e papel e celulose (mais R$ 7 bilhões). Com isso, os investimentos em perspectiva nos três setores evoluíram, respectivamente, de R$ 458 bilhões para R$ 488 bilhões; de R$ 176 bilhões para R$ 192 bilhões; e de R$ 19 bilhões para R$ 26 bilhões.
Do total dos R$ 4,07 trilhões, 37%, equivalentes a R$ 1,47 trilhão, deverão ser investidos nas áreas de agricultura e serviços. Já a indústria, com R$ 1,15 trilhão e aumento de 31% em comparação ao quadriênio anterior, participará com 27% dos investimentos projetados. Influenciada pelo setor de petróleo e gás, puxado pela exploração do pré-sal, o aumento médio previsto nos investimentos para a indústria alcança 5,5% ao ano.
A maior expansão nas perspectivas de investimentos na indústria, para o próximo quadriênio, foi registrada no setor aeronáutico (294% em relação ao quadriênio anterior), que envolve projetos na área de defesa e de construção de uma nova linha de jatos da Embraer. Em segundo lugar, em termos de maior percentual de aumento entre os dois períodos, aparece o setor de portos, na área de infraestrutura, com crescimento de 166% nos investimentos previstos (R$ 41 bilhões contra R$ 15 bilhões no estudo anterior).
Na área de infraestrutura, que deverá receber investimentos no montante de R$ 575 bilhões até 2017 (alta de 35% sobre o período anterior), os destaques são os setores de portos e ferrovias. Fernando Puga destacou que os investimentos programados para o setor ferroviário atingem R$ 57 bilhões. Segundo o economista, merecem atenção os investimentos resultantes de concessões e de parcerias público-privadas.
No setor de energia elétrica, a maior parte dos investimentos em perspectiva deverá ocorrer no segmento de geração, com R$ 54,5 bilhões para usinas hidrelétricas e R$ 43 bilhões para usinas eólicas (geração de energia a partir dos ventos). Para o segmento de transmissão de energia, o BNDES estima investimentos de R$ 37,6 bilhões até 2017.
A revisão incorporou ao setor de infraestrutura social - que inclui projetos de saneamento já acompanhados pelo BNDES - os investimentos em mobilidade urbana, projetados em R$ 53 bilhões, com taxa média anual de crescimento de 30%. No setor de infraestrutura social como um todo, as perspectivas de investimento somam R$ 89 bilhões, com alta de 83% na comparação com os R$ 49 bilhões realizados no quadriênio 2009/2012.
Fernando Puga disse que o setor de siderurgia permanece sob o impacto do mercado externo, devido à sobre-oferta de aço e à produção crescente da China. "Mas na margem melhorou. A queda diminuiu". A retração da perspectiva de investimentos para o setor, que atingiu -68% no estudo efetuado em outubro do ano passado, caiu agora para -57%, prevendo aplicações de R$ 16 bilhões no setor, nos próximos quatro anos.
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