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Crescimento

Agropecuária e comércio também estão investindo mais que em 2012

A indústria não foi o único segmento a apresentar desempenho positivo nos desembolsos do BNDES. Todos os outros setores contaram com elevações. A agropecuária elevou em 118,5% seus desembolsos; comércio e serviços, em 72,2%; e a infraestrutura, em 32,8%. Nesta última, porém, houve queda nos recursos para energia elétrica, construção e transporte ferroviário. Apesar do crescimento, o Paraná ficou atrás do Rio Grande do Sul (157,8%, para R$ 7,13 bilhões) e de Santa Catarina (117,7%, para R$ 5,4 bilhões). Ao todo, de janeiro a maio, o BNDES desembolsou R$ 19,1 bilhões para empresas na Região Sul, 120% a mais que no mesmo período de 2012.

R$ 19,1 bilhões foram desembolsados pelo BNDES nos primeiros cinco meses de 2013 para os estados da Região Sul – 120% mais que no ano passado.

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) cresceram 91% de janeiro a maio no Paraná, para R$ 6,6 bilhões. Os números foram puxados pela indústria, que, tudo indica, voltou a contratar financiamentos para compra de máquinas e equipamentos. Os recursos para esse setor totalizaram R$ 2,3 bilhões, com alta de 163% sobre o mesmo período do ano passado.

INFOGRÁFICO: Desembolsos do BNDS no Paraná quase dobraram em relação ao mesmo período do ano passado

O BNDES não faz análise regional, mas o desempenho do estado seguiu o comportamento nacional, impulsionado pelo Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que oferece juros mais baixos para financiamento de bens de capital. O setor abrange maquinário e caminhões e é uma espécie de termômetro do ritmo de investimentos.

Na indústria, o maior volume foi para o setor de material de transporte, que abrange a venda de caminhões. Os desembolsos aumentaram 1.353%, principalmente em função da safra agrícola recorde e da base de comparação baixa. Os recursos cresceram de R$ 56,6 milhões para R$ 822,3 milhões no período.

Em seguida vieram as altas da indústria extrativa, com 156%; e têxtil e vestuário, com 130% de avanço sobre o mesmo período do ano passado.

Os números do BNDES podem significar uma retomada dos investimentos nas fábricas nos próximos meses. Até agora a cautela em investir por parte da indústria refletia o desânimo com a atividade econômica.

Para Roberto Zurcher, economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), esse movimento está sendo puxado muito mais pelas boas condições de crédito do BNDES que por uma melhora do cenário para a indústria.

"Quem pode está aproveitando as taxas menores. Os investimentos estão relacionados muito mais com a expectativa de melhora do que com uma recuperação atual da atividade industrial", diz.

A indústria ficou praticamente estagnada nos primeiros meses do ano. No Paraná, a produção industrial, medida pelo IBGE, teve variação negativa de 0,1% em relação ao mesmo período do ano passado. As vendas industriais reais – já descontada a inflação – tiveram queda de 1,15% até maio, de acordo com a Fiep.

Por outro lado, o agronegócio, que teve um ano bom, costuma impulsionar outros setores industriais do Paraná. "A safra excelente costuma favorecer a venda de máquinas agrícolas e caminhões", diz Zurcher.

Para o economista Fran­cisco de Castro, do Ins­ti­­tuto Paranaense de Desen­­volvimento Econômico Social (Ipardes), a combinação de boa safra, câmbio mais favorável e um melhor cenário de demanda externa podem explicar o apetite maior por investimentos. Segundo ele, as novas indústrias que estão se instalando no estado também estão elevando suas encomendas de máquinas e equipamentos.

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