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O BNDESPar, empresa de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, acertou a compra de 12,05% do capital da LLX Logística, do empresário de Eike Batista. A operação, divulgada hoje (16) pela direção da empresa, não foi comentada pelo banco e se deu por meio de um aumento de capital no valor de R$ 600 milhões, dos quais R$ 150 milhões serão provenientes do BNDES.

Nesta segunda-feira, Eike Batista e o governador do Rio, Sérgio Cabral, visitaram as obras do Porto do Açu, em São João da Barra, principal projeto da LLX. Durante o encontro, o empresário disse não acreditar em impactos significativos da crise sobre os investimentos de suas companhias. "O mundo nos últimos 15 anos construiu uma super capacidade ineficiente de produção. Então, quando você constrói um projeto eficiente, ele vai roubar mercado de outros projetos", disse.

Para se tornar sócio da empresa, o BNDESPar pagará R$ 1,80 por ação, o que equivale a um ágio de 27% sobre a média ponderada do volume dos últimos 60 dias de negociação. "A avaliação não foi feita com base no valor atual da ação, que está bastante deprimido. Foi feita com base no valor dos projetos que a empresa tem", afirmou o presidente da LLX, Ricardo Antunes.

Ele citou como um dos motivos para esta avaliação futura a movimentação do minério já acertada com a Anglo American - por meio do projeto Minas-Rio - e o fato de 66 memorandos de entendimento já terem sido assinados por empresas interessadas em se instalar no Porto do Açu. O nome destas empresas, no entanto, é guardado em sigilo.

A LLX Logística tem hoje dois projetos em desenvolvimento. O maior deles é o do porto, no Norte Fluminense. A unidade terá terminais para a movimentação de minério de ferro e para carga geral. A empresa trabalha com a expectativa de iniciar a operação no local em 2011 e as obras da retroárea em 2010. Ainda em processo menos avançado está o Porto do Sudeste, na Baixada Fluminense, que movimentará minério de ferro.

Além dos R$ 150 milhões do BNDES, Eike Batista, por meio de sua empresa Centenial, e o fundo de pensão canadense OTPP, subscreverão R$ 311 milhões em ações. Os cerca de R$ 138 milhões que restam para atingir os R$ 600 milhões previstos virá da adesão de acionistas minoritários. "Mas caso essa adesão não atinja os R$ 138 milhões, Centenial e OTPP se comprometeram em adquirir as ações que restarem", explicou Ricardo Antunes.

O mercado não reagiu bem à operação de aumento de capital. Temendo a baixa adesão de minoritários por conta do ágio, as ações ordinárias da LLX caíram 7,28% no pregão de ontem, enquanto o Ibovespa fechou o dia com queda de 1,05%. "Ainda é cedo para dizer que o mercado reagiu mal. Vamos ver a verdadeira resposta daqui a algumas semanas. A operação significa que agora temos recursos para tocar nossos projetos", avalia Ricardo Antunes.

Para tocar os projetos, além do aumento de capital, a LLX vai recorrer a financiamentos também no BNDES. De acordo com Antunes, já está em fase de enquadramento no banco crédito para o Porto do Açu. "Está em avaliação financiamento de 75% do projeto, que tem orçamento total de US$ 700 milhões", afirmou o presidente da companhia. Também está em andamento pedido de financiamento para o projeto do Porto do Sudeste, que tinha orçamento inicial de US$ 380 milhões.

Em janeiro, a LLX Minas-Rio, subsidiária da LLX responsável pela implementação do terminal portuário de minério de São João da Barra, assinou contrato com o BNDES e instituições repassadoras para o financiamento de R$ 1,321 bilhão para o Porto do Açu.

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