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A plataforma P-57, inaugurada ontem: após tombar 4% na quarta, ações da Petrobras caíram mais de 2% ontem | Ricardo Stuckert/PR2
A plataforma P-57, inaugurada ontem: após tombar 4% na quarta, ações da Petrobras caíram mais de 2% ontem| Foto: Ricardo Stuckert/PR2

Em dois dias marcados por intensa boataria entre operadores do mercado financeiro e pelos efeitos de relatórios bancários desfavoráveis para o comportamento de suas ações, a Petrobras perdeu R$ 24,9 bilhões de seu valor de mercado. Na comparação com o início da semana, a perda foi ainda maior: R$ 28,4 bilhões, o equivalente a uma empresa do porte da Vivo.

A queda foi de 7,5% em relação ao que a empresa valia na segunda-feira. Naquela ocasião, contabilizados os ganhos do fechamento da oferta suplementar da capitalização, a empresa bateu R$ 380,82 bilhões em valor de mercado. Ontem, pelos cálculos da consultoria Economática, o valor era de R$ 352,43 bilhões no fechamento do pregão da Bovespa.

As ações preferenciais da estatal caíram à menor cotação em 18 meses, arrastadas por uma onda de rumores que envolveu desde expectativas de denúncias de irregularidades no comando da empresa a supostos ganhos ilegais no processo de capitalização.

"A movimentação com as ações da Petrobrás foi muito forte, principalmente pela manhã. Só nas primeiras duas horas de funcionamento do pregão foram movimentados R$ 800 milhões. Depois, a situação se acalmou um pouco e o ritmo de venda diminuiu", comentou o chefe da área de análise da Modal Asset Management, Eduardo Roche.

Avaliações

Parte do "efeito manada" foi atribuído aos relatórios recém-divulgados de seis bancos – cinco deles diretamente envolvidos no processo da oferta pública das ações – com avaliações menos otimistas sobre o comportamento esperado para os papéis.

O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, atribuiu a "ajustes de carteiras" a incomum movimentação dos papéis da empresa nos últimos dias. "Acredito que o mercado vai rapidamente se ajustar a isso e voltar a uma perspectiva de crescimento, não de curto prazo, porque somos uma empresa de longo prazo", disse o executivo.

Gabrielli adiantou que a empresa, que acabou de concluir um aumento de capital de U$ 70 bilhões, pretende captar, no mercado, mais US$ 60 bilhões nos próximos cinco anos. Parte dessas captações, segundo ele, já está prevista para 2011. Gabrielli previu, ainda, que a Petrobras terá, em cinco anos, reservas provadas de 35 bilhões de barris de petróleo, mais do que o dobro do patamar atual de 14 bilhões.

Nacionalização

Durante a cerimônia de batismo do navio-plataforma P-57, em Angra dos Reis, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desafiou Gabrielli a aumentar a média de 75% de nacionalização da produção de plataformas. A P-57 foi construída a partir do casco de um navio holandês convertido em um estaleiro de Cingapura. O trabalho de montagem de módulos e de integração em dois estaleiros brasileiros elevou o índice de nacionalização do equipamento para 65%.

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