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Dois meses depois de ter nacionalizado a distribuição de combustíveis e duas semanas depois de ter anunciado uma resolução para controlar o caixa das duas refinarias da Petrobras no país, o governo da Bolívia pediu ajuda à estatal brasileira para tentar acabar com a falta de gasolina em algumas regiões.

Segundo fontes, a estatal boliviana YPFB teria cometido algumas falhas no sistema de distribuição de produtos, o que teria provocado a falta de gasolina em algumas regiões, principalmente em Santa Cruz de la Sierra. Para normalizar o fornecimento, a Superintendência de Hidrocarbonetos solicitou a entrega de um volume adicional ao previsto, de mais 1,2 milhão de litros de gasolina.

A Petrobras Bolívia explicou que não houve qualquer redução nem na produção, nem na entrega dos volumes requisitados pela YPFB de gasolina. O volume adicional solicitado corresponde ao consumo de dois dias em Santa Cruz. Em julho último a distribuição de combustíveis na Bolívia, que era da Petrobras, passou para a YPFB, conforme o decreto de nacionalização.

Mantendo o tom conciliador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que espera chegar a um acordo "em bons termos" nas negociações com a Bolívia. Em entrevista ao programa "Bom Dia Brasil", da TV Globo, Lula revelou que pretende dar peso político às negociações entre os dois países em torno da nacionalização das reservas de petróleo e gás. Ele disse que, após as eleições, ou ele irá a La Paz ou Morales virá a Brasília:

- Eu disse: Evo, você não pode ficar com uma espada na cabeça do Brasil porque você tem o gás. Nós também podemos colocar uma espada na tua cabeça porque nós compramos o gás e, se você não vender para nós, vai ser muito difícil vender para alguém. É só olhar a geografia da Bolívia para perceber. O que o presidente Evo tem-me dito é que vamos chegar a um acordo, vamos negociar. Eu acredito nisso — afirmou o presidente.

Lula confessou, porém, que gostaria que o Brasil não dependesse tanto do gás boliviano. Ele destacou também que já há vários projetos em discussão em outras áreas que vão beneficiar o país vizinho, como um pólo gás-químico na fronteira entre Brasil e Bolívia.

Questionado sobre o discurso dos ministros de Energia da Bolívia, Lula afirmou que há uma discrepância entre o que eles dizem e o que está sendo negociado entre representantes dos dois países:

— A história que a gente vê na mesa é uma e a história que a gente vê na imprensa é outra. Ora, eu confio que a Bolívia tem a exata noção da importância do Brasil para a Bolívia — acrescentou.

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