A Bolívia não tem reservas suficientes de gás natural para cumprir um compromisso de exportação para Cuiabá, capital do Mato Grosso, segundo fontes oficiais não identificadas pelo jornal "La Razón" em sua edição desta sexta-feira (25). As fontes do jornal afirmam que o governo Morales "não se compromete" a cumprir o volume demandado por Cuiabá, "porque atualmente não tem os volumes suficientes para cobrir maiores demandas".
Déficit de produto
O "La Razón" lembra que os compromissos da Bolívia somam 45,5 milhões de metros cúbicos diários de gás, enquanto a produção total do país é de 41 milhões de metros cúbicos, segundo dados da Câmara Boliviana de Hidrocarbonetos (CBH), que reúne as empresas petrolíferas.
Do total de gás natural comprometido para exportação pela Bolívia, 30 milhões de metros cúbicos diários estão contratados pelo Brasil para o mercado de São Paulo.
No Ministério de Hidrocarbonetos da Bolívia e a estadual Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), seus porta-vozes disseram à Agência EFE que o tema está sendo analisado pelas autoridades para fixar uma posição.
A YPFB - estatal boliviana de petróleo e gás - retomou o monopólio sobre o setor dos hidrocarbonetos e é o responsável pela produção e comercialização de todos os produtos energéticos, como efeito da nacionalização ditada pelo governo Morales, em 1º de maio de 2006.
Aumento de preços
Recentemente, Brasil e Bolívia concordaram em reajustar o pagamento pelo gás natural, de US$ 1,09 para US$ 4,20 por milhão de BTU (unidades términas britânicas) para o gás que abastece uma termelétrica em Cuiabá (MT). O contrato também prevê que a Bolívia elevará o volume de abastecimento do combustível a Cuiabá, de 1,2 milhão para 2,2 milhões de metros cúbicos diários.
O novo preço passou a valer em 15 de maio.
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