O presidente boliviano, Evo Morales, quer que a petrolífera espanhola Repsol continue em seu país, apesar dos recentes desentendimentos, disse o ministro de Relações Exteriores da Espanha, Miguel Angel Moratinos, após conversar com o líder sul-americano.
Falando na rádio estatal nesta terça-feira, Moratinos afirmou que ele tinha assegurado a Morales sobre o comprometimento do governo espanhol em encontrar uma solução aceitável para todos os lados.
Moratinos disse que autoridades bolivianas lhe afirmaram que queriam negociar com a Repsol após a empresa ter alegado ser alvo de "perseguição judicial injustificada e repetida pelo governo do país andino".
- A Bolívia solicitou que a Repsol mantenha sua presença lá -, afirmou uma fonte do ministério do Exterior, após conversas de Moratinos com autoridades bolivianas.
Uma porta-voz da Repsol preferiu não comentar o assunto. A companhia ameaçou abrir uma ação legal contra a Bolívia no domingo, depois de uma busca realizada em um de seus escritórios localizado no país.
Autoridades bolivianas revistaram o escritório da Repsol em busca de documentos relacionados a contrato entre sua unidade andina e a brasileira Petrobras - as duas maiores investidoras no setor de energia boliviano.
Na segunda-feira, Morales substituiu o presidente da estatal boliviana YPFB e deu a companhias de energia estrangeiras o prazo de 1º de setembro para o pagamento de novos impostos, idealizados no plano de nacionalização do setor de petróleo e gás no país.
O governo ordenou que as principais companhias estrangeiras com operações no país fizessem pagamento combinado de US$ 30 milhões em impostos até sexta-feira.
A Bolívia possui a segunda maior reserva de gás natural da América do Sul, atrás da Venezuela.
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