A Bolsa brasileira encerrou as atividades nesta sexta-feira (25) em queda, após um dia de baixo volume nas negociações e correções técnicas feitas pelo mercado, segundo os consultores ouvidos pela reportagem. O Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa, que rondou os 58 mil pontos nesta semana, fechou em queda de 0,27%, aos 57.821 pontos.
De acordo com Leandro Ruschel, diretor da Escola de Investimentos Leandro&Stormer, a sexta-feira não teve grandes anúncios e a pequena volatilidade ainda foi causada pelas pesquisas eleitorais divulgadas durante a semana. "A possibilidade de mudança do governo é o responsável pelas altas, a eventual eleição do candidato da oposição pode remontar empresas estatais e, principalmente com elas, quando a Dilma sobe, os papéis caem e vice e versa", afirmou. Mesmo com a queda desta sexta-feira (25), na semana a Bolsa brasileira acumulou uma alta de 1,42%.
Para Pedro Galdi, analista da SLW Corretora, o resultado é normal em um dia de agenda fraca e a queda é apenas um ajuste acerca dos ganhos dos últimos dias. "Não tem o porque subir, pois criamos uma bolha em cima de espuma, com os resultados das pesquisas dos últimos dias, houve muita especulação e muitos ganhos, então hoje as coisas estão apenas se ajeitando", disse.
Mesmo com o anúncio do Banco Central sobre medidas para estimular o crédito, os bancos tiveram queda. O Bradesco caiu 0,84%, a R$ 35,30; as ações do Banco do Brasil caíram 1,08%, a R$ 29,29, enquanto os papéis do Itaú Unibanco registraram desvalorização de 0,42%, a R$ 35,75.
Nesta sexta-feira (25), o BC anunciou uma série de medidas para estimular o crédito. A instituição estima liberar, por exemplo, R$ 30 bilhões com mudança na regra dos depósitos compulsórios a prazo e à vista. Compulsórios são recursos dos bancos que ficam retidos no BC e que somam hoje R$ 405 bilhões. A liberação dos recursos, entretanto, dependerá da vontade dos bancos de emprestar.
Outro setor que não teve bom desempenho foi o de Celulose, que subiu durante a semana. De acordo com Ruschel, a queda das empresas do setor é apenas uma correção técnica, já que obtiveram altos ganhos na semana. Fibria caiu 1,51%, a R$ 22,15 e Suzano teve queda de 1,82%, a R$ 8,63.
Além disso, o setor de Educação se destacou entre as negativas. Kroton registrou desvalorização de 2,32%, a R$ 61,89, Anima caiu 1,26%, a R$ 28,92 e Estácio teve queda de 2,03%, a R$ 28,90. Mas, de acordo com Leandro Ruschel, o resultado não tem influencias externas e é apenas um ajuste do mercado após fortes ganhos. "é um dos setores mais fortes dentro do Ibovespa, andam em grupo e inclusive esse ano está muito positivo, só a Estácio já subiu muito", afirma.
Dentre as altas, a Hering liderou com 5,34%, a R$ 21,70. Mas os destaques foram as ações da Petrobras. As ações ordinárias- com direito a voto- da estatal, que subiram 1,21%, a R$ 19,24, enquanto que as preferenciais encerram com valorização de 0,89%, a R$ 20,49. "Saiu uma nota no exterior dizendo que o papel da Petrobras estava barato e que o preço real seria até 20% mais caro do que o que estava hoje", disse o diretor da Escola de Investimentos Leandro&Stormer.
Dólar
No mercado cambial, o a divisa norte-americana apresentou alta em relação à moeda brasileira. O dólar comercial- usado em negociações de comércio exterior, fechou cotado a R$ 2,2270, em alta de 0,27%. Enquanto o dólar à vista- referência para negociações do mercado financeiro, registrou valorização de 0,36%, cotado a R$ 2,2264.
De acordo com Mario Battistel, operador da Fair corretora, a valorização foi reflexo da alta da moeda americana no exterior, ante todas as dividas. "Até o Iene, que costuma andar parelho, perdeu hoje para o dólar", afirmou. Ele descartou a influência dos conflitos geopolíticos que poderiam valorizar a divisa americana e afirmou que os preços já estão estabilizados quanto a isso.
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