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Pressionado pela queda das ações mais negociadas de Petrobras e Vale, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou hoje em queda de 1,43%, aos 46.715 pontos. Com este desempenho, o índice interrompeu uma sequência de quatro altas. A petroleira viu seus papéis mais negociados caírem 2,21%, enquanto a mineradora registrou perda de 2,55%. As siderúrgicas também estiveram entre as principais baixas do índice no dia, com destaque para CSN (-3,50%).

"O dia começou com notícias negativas da China e a confiança do consumidor nos EUA veio abaixo da expectativas, o que também manteve os investidores em alerta. A perspectiva negativa para a economia brasileira segue prejudicando a Bovespa.

Vamos ter resultado do PIB e definição do rumo da Selic (juro básico) nesta semana, o que amplia a tensão no mercado", diz Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora.Para o analista André Moraes, da corretora Rico.com.vc, os dados chineses impactam principalmente os papéis das grandes exportadoras brasileiras, já que o país asiático é o principal parceiro comercial do Brasil, seguido por Estados Unidos e Argentina. "Foram divulgados, na segunda-feira [ontem], dados de preços de imóveis na China que vieram piores que o esperado e indicam uma desaceleração da economia daquele país", afirma. O gigante asiático é o principal destino internacional dos produtos vendidos pela Vale ao exterior.

Além disso, segundo Moraes, há uma contração do setor de crédito imobiliário na China, que impacta diretamente as siderúrgicas.

As ações do setor elétrico também fecharam hoje no vermelho, lideradas pela Light, que caiu 3,78%. As preocupações giram em torno de como será repassado o aumento dos custos pelo funcionamento das usinas termelétricas.

É a mesma inquietação que envolve a Petrobras, que divulga seus resultados nesta noite. "A desvalorização cambial vai prejudicar o balanço da Petrobras no quarto trimestre. A empresa, no entanto, pode ter algum benefício fiscal por optar em pagar juros sobre capital próprio em vez de dividendos (parcela do lucro distribuída aos acionistas), como fez em igual período de 2012", diz Luana Helsinger, analista do GBM (Grupo Busátil Mexicano).

Os investidores esperam que a empresa dê indícios de como será feito o reajuste dos preços dos combustíveis, defasados em relação ao mercado internacional. "Se o governo não sinalizar um reajuste, pode piorar a tendência de baixa da Bolsa, porque vai mostrar a utilização de empresas públicas e do setor elétrico para conter a inflação. É ruim para os minoritários", avalia Eduardo Velho, economista-chefe da gestora Invx Global.

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