Bolsa cai mais de 1% com expectativa sobre Petrobras; dólar vale R$ 1,99

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A expectativa pela divulgação de resultados mais fracos da Petrobras, a companhia com o segundo maior peso no Ibovespa, infuencia o humor dos investidores nesta segunda. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), abriu o dia em queda e às 11h128m se desvalorizava 1,16% aos 59.653 pontos e volume negociado de R$ 834 milhões. Os papéis PN (sem direito a voto) da Petrobras caem 1,62% a R$ 18,16, enquanto as ações ON (com direito a voto) se desvalorizam 1,98% a R$ 18,28, pesando sobre o índice. O dólar comercial tem leve valorização frente ao real e, no mesmo horário, estava sendo negociado R$ 1,989 na compra e R$ 1,991 na venda, uma alta de 0,10%.

Segundo analistas, a Petrobras deve ter queda no lucro em 2012 impactada principalmente pelo aumento das importações de derivados de petróleo para atender a demanda interna. Calcula-se que o prejuízo mensal, antes do reajuste dos combustíveis, chegava a R$ 1,7 bilhão por mês. A queda de produção, provocada por paradas programadas, também deverá impactar negativamente o resultado da petrolífra.

A estimativa do mercado é que o lucro anual fique em torno de R$ 21 bilhões, o que seria uma queda de 35,6%, na comparação com o resultado de 2011, quando a empresa lucrou R$ 33,313 bilhões. Se o número se confirmar, será o pior lucro anual da Petrobras desde 2004, quando o lucro foi de R$ 17,8 bilhões. Alguns analistas falam em uma queda de até 40% no lucro anual. Os números do quarto trimestre e do ano de 2012 serão divulgados após o fechamento do mercado.

Nesta segunda, a Petrobras notificou à Agência Nacional de Petróleo (ANP) uma nova descoberta de petróleo no poço 4-BRSA-1047-RJS, no prospecto de Tupi Sul, na Bacia de Santos. Esta é a segunda vez que a companhia encontra indícios de petróleo no poço. A primeira foi no começo de janeiro.

Entre as demais ações com maior peso no Ibovespa, Vale PNA cai 1,35% a R$ 38,68; OGX Petróleo ON recua 2,16% a R$ 4,06; Itaú Unibanco PN cai 2,16% a R$ 33,42 e Bradesco PN perde 1,51% a R$ 35,84.

Na semana passada, as ações da OGX se desvalorizaram 14%. Analistas avaliam que o resultado negativo do prospecto de Cozumel penaliza os papéis da empresa. Na semana passada a petrolífera anunciou um poço seco na região, localizada na Bacia de Campos.Para a equipe de analistas do Itaú BBA, isso aumenta as preocupações do mercado sobre a produção da companhia e eleva as incertezas com relação à OSX-5. A produção da OGX cresceu 62% em janeiro.

Os papéis ON da Marfrig apresentam a maior alta do Ibovespa, com valorização de 2,01% a R$ 10,63. O Grupo Marfrig comunicou nesta segunda-feira a contratação de Frank M. Ravndal Jr. como CEO da Keystone Foods.

Os papéis PN da Gol sobem 1,46% a R$ 14,61 com a notícia de que a companhia aérea já realizou a seleção dos bancos a serem contratados para estruturação de uma eventual oferta inicial de ações da Smiles.

Ainda no mercado doméstico, o Relatório Focus, elaborado pelo Banco Central, mostrou que a expectativa para o IPCA em 2013 subiu um pouco passando para 5,68% de 5,67% e o IPCA de 2014 permaneceu inalterado em 5,50%. O PIB 2013 também ficou estável em 3,10%, enquanto 2014 passou de 3,65% para 3,70%.

O cenário externo também pesa no humor dos investidores. Na Europa, os principais índices acionários estão em queda. O índice Ibex, da Bolsa de Madri, perde 2,26%; o Dax, do pregão de Frankfurt, se desvaloriza 0,98%; o Cac, da Bolsa de Paris, perde 1,11% e o FTSE, da Bolsa de Londres, recua 0,93%. Na Espanha, o primeiro-ministro Mariano Rajoy e membros de seus governo são pressionados por denúncias do jornal El País sobre recebimento de pagamentos considerados ilegais. A desconfiança do governo elevou o juro dos títulos espanhois. Além disso, desemprego voltou a subir na Espanha em janeiro, chegando a 4,98 milhões de pessoas sem trabalho, 132.055 a mais que em dezembro.

Na Inglaterra, o ministro de Finanças, George Osborne, disse que os bancos de investimentos não poderão usar dinheiro da unidade de varejo para investir ou cobrir perdas.