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Incertezas sobre o julgamento das indenizações dos planos econômicos, previsto para a próxima semana, afastaram investidores das ações dos bancos e contribuíram para acentuar as perdas na Bolsa. Pela segunda vez na semana, o setor foi o responsável por derrubar o Ibovespa. O índice fechou em queda de 0,34% nesta sexta-feira (23) e acumulou uma retração de 2,5% na semana.

O STF (Supremo Tribunal Federal) decide na próxima quarta-feira (28) se os bancos terão de indenizar os clientes por perdas sofridas na caderneta de poupança nos anos 1980 e 1990. Cálculos apresentados pelo Banco Central indicam que o valor pode chegar a mais de R$ 341 bilhões. Associações de defesa do consumidor falam em valores menores.

Segundo o analista da XP Investimentos, Thiago Souza, a dificuldade em mensurar o tamanho real de uma possível perda adiciona risco e incerteza aos papéis do setor, deixando-os mais sujeitos a grandes oscilações nos próximos dias. "Temos tentado entender bem, mas está todo mundo está um pouco confuso. Será um período de nervosismo", afirmou.

Decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) impôs uma derrota para os bancos no caso ao determinar, nesta semana, que os cálculos dos juros nos processos devem ser feitos a partir da data da citação, nos anos 1990, e não das execuções. A derrota eleva o valor que os bancos terão de pagar aos poupadores, caso sejam considerados responsáveis no STF.

Em relatório divulgado nesta sexta-feira (23), a agência de classificação de risco sinalizou com uma provável redução das notas dos bancos em caso de derrota no julgamento. "Mesmo que o tempo, o tamanho e o impacto global de possíveis decisões sejam incertos, a Fitch reconhece que uma decisão contra os bancos pode resultar em pressões sobre sua solidez financeira" , informou a agência. Só nesta semana, as ações do Itaú caíram 4,4% , as do Banco do Brasil 6,28% e as do Bradesco 4,84%.

Câmbio

Há expectativa também no mercado de câmbio, para saber se o Banco Central vai prorrogar o programa de intervenções diárias em curso desde agosto do ano passado. Analistas passaram a considerar a interrupção após declarações do presidente da entidade, Alexandre Tombini, afirmar que houve redução na demanda pelo instrumento de proteção.

A interpretação pressionou a cotação por mais um dia e levou o dólar comercial a fechar em alta de 0,36%, cotado a R$ 2,224. O dólar à vista subiu 0,28%, para R$ 2,222.

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