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Acompanhando o clima negativo nos mercados internacionais, o Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa brasileira, fechou esta sexta-feira (15) em baixa de 0,72%, aos 56.869 pontos. Com este desempenho, o índice acumulou perda de 2,68% na semana.Apesar de ter oscilado boa parte do dia entre perda e ganho, o índice engatou uma tendência de baixa no meio da tarde, quando dados piores que o esperado para a confiança do consumidor nos EUA foram divulgados.

Os papéis da MRV Engenharia foram o principal destaque de baixa da Bolsa, após a companhia ter divulgado resultados que decepcionaram o mercado. As ações da companhia caíam 8,06%, para R$ 9,80 cada. Na semana, a queda foi de 10,44%. "Acredito que o mercado já antecipava um fraco resultado para a MRV no último trimestre de 2012 (já que a ação caiu 6% ontem), mas espero um impacto ainda mais negativo no preço dos papéis no curto prazo, principalmente devido à diminuição do ROE (retorno sobre o patrimônio)", disse o analista Eduardo Silveira, do Banco Espírito Santo.

Entre outubro e dezembro do ano passado, a incorporadora registrou ganhos de R$ 115 milhões, queda de 44,9% em relação ao mesmo período de 2011. A receita líquida da MRV caiu 12,5% no quarto trimestre, na mesma base de comparação, para R$ 1,02 bilhão. Outras ações do setor também caíram hoje. É o caso da Brookfield, que viu seus papéis perderem 4,51% de seu valor.

OGX Sobe

Em sentido oposto, o avanço de 4,18% das ações da OGX hoje ajudou a amenizar a queda do Ibovespa. Esses papéis têm sofrido forte oscilação recentemente. "As ações da OGX perderam muito valor desde o ano passado. Isso aumenta a volatilidade (oscilação entre altas e baixas) do papel. Os investidores estão preocupados porque a empresa tem diversos investimentos previstos para os próximos anos, mas não tem gerado retorno financeiro suficiente", disse Nataniel Cezimbra, analista do BB Investimentos.

De acordo com o analista, a empresa precisa melhorar sua engenharia financeira. "Isso significa que ela (a OGX) deve continuar investindo na melhoria de suas operações para ampliar os ganhos. A maneira mais prudente que eu vejo para isso seria através de um sócio, ou seja, através da venda de uma parte da companhia".

Cezimbra, no entanto, não acha provável que o megaempresário Eike Batista, dono da OGX, aceite vender parte da empresa com o valor de suas ações em um nível tão baixo. "Ele (Eike Batista) não deve concordar com isso, pelo menos não por enquanto", disse.

Nos últimos 12 meses, a ação ordinária (sem direito a voto) da OGX acumula perdas de 85,4%. Em 2013, a desvalorização é de 43,4%.

Cenário Econômico

A agenda de indicadores econômicos nacional trouxe referências positivas para os investidores hoje, mas acabou sendo ofuscada pelo clima de cautela com a retomada da economia dos EUA. Por aqui, segundo dados do Banco Central divulgados hoje, a economia avançou 1,29% em janeiro na comparação com dezembro (resultado com ajuste sazonal, que desconsidera efeitos de determinado período do ano).

Nos EUA, foi divulgado que o setor industrial do estado de Nova York expandiu pelo segundo mês seguido em março, apesar de o ritmo de crescimento ter esfriado levemente e o índice de novas encomendas ter mostrado queda, segundo dados do Federal Reserve de Nova York.

Já os preços ao consumidor dos Estados Unidos marcaram o seu maior aumento em quase quatro anos em fevereiro, puxados pelo maior custo da gasolina, mas detalhes do relatório de hoje não mostraram nenhum sinal de impulso na inflação que possa prejudicar o banco central dos Estados Unidos.

No meio da tarde foi divulgado que o ânimo do consumidor americano recuou para seu menor nível em mais de um ano, o que alimentou o sentimento de aversão ao risco entre os investidores do mundo todo. O dado, porém, é insuficiente para eliminar a visão de que há um processo de recuperação gradual em curso nos EUA.

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