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O principal índice da Bolsa brasileira fechou nesta segunda-feira (5) em alta de 0,88%, aos 53.446 pontos, impulsionado pelo bom desempenho das ações de bancos, embora a mineradora Vale tenha amenizado o avanço do Ibovespa. É a maior pontuação desde 18 de novembro de 2013, quando ficou em 54.307 pontos.

No setor financeiro, Banco do Brasil (+1,97%), Itaú Unibanco (+1,07%), Santander (+1,15%) e os papéis preferenciais do Bradesco (+2,18%), sem direito a voto, ajudaram o Ibovespa a sustentar seu segundo dia seguido no azul. "Os bancos subiram desde o fim da semana passada, principalmente porque esse setor ganhou espaço na composição do Ibovespa, que começou a vigorar hoje. Isso forçou grandes fundos indexados ao índice a aumentar suas exposições a esses papéis, forçando os preços para cima", diz Filipe Machado, analista da Geral Investimentos.

A BM&FBovespa divulgou hoje a versão final da composição do Ibovespa para o período entre maio e agosto, confirmando que o Itaú Unibanco terá mais peso que a Petrobras no índice. O Bradesco também ganhou uma participação na lista, que começou a vigorar hoje.

A fabricante de bebidas Ambev também teve alta, de 3,06%. A ação da empresa foi outra que conquistou mais espaço na nova composição do Ibovespa, com a quarta maior fatia do índice neste quadrimestre, de 5,800%.

O avanço, segundo analistas, reflete também uma correção à forte perda registrada pela Ambev na semana passada, quando a Receita Federal divulgou mudança na tabela de tributação sobre bebidas frias.

Petrobras e ValeOs papéis mais negociados da Petrobras chegaram a cair 1,65% ao longo do dia, mas amenizaram a perda ao longo da tarde e fecharam com ligeira desvalorização de 0,17%.

Também caíram as ações preferenciais da Vale (-0,73%), depois que a leitura final do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) HSBC/Markit sobre o setor industrial chinês ficou em 48,1 em abril, quarto mês seguido de contração e abaixo da leitura preliminar do indicador.

A China é o principal comprador internacional do minério de ferro produzido pela mineradora brasileira, por isso uma desaceleração da economia chinesa preocupa os investidores da Vale.

Em sentido oposto, as ações da estatal Eletrobras tiveram ganhos. Os papéis ordinários da empresa de energia, com direito a voto, subiram 2,25%, enquanto os preferenciais mostraram valorização de 1,47%. "É um reflexo do acirramento da disputa pela eleição presidencial em outubro", afirma Machado. "O mercado continua interpretando a perda de espaço da presidente Dilma Rousseff nos levantamentos de intenções de voto como uma sinalização positiva, pois uma mudança de governo poderia significar menos intervenções políticas na gestão das estatais", acrescenta.

Levantamento do Instituto Sensus divulgado anteontem mostrou que a presidente Dilma Rousseff conta com 35% das intenções de voto, contra 23,7% do senador Aécio Neves (PSDB) e 11% do ex-governador Eduardo Campos (PSB). A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para cima ou para baixo. A pesquisa mostrou disputa mais acirrada do que levantamento CNT/MDA divulgado na semana passada, que havia marcado liderança de 15 pontos percentuais de Dilma contra Aécio.

CâmbioNo mercado de câmbio, as intervenções do Banco Central deram o tom das negociações, segundo operadores. Isso porque a autoridade monetária reduziu o volume de contratos oferecidos em leilão de rolagem dos vencimentos de swaps cambiais (operação equivalente à uma venda futura de dólares).

Foram vendidos todos os 5.000 papéis ofertados, que venceriam em 2 de junho, pelo total de US$ 247,1 milhões. Nas últimas operações desse tipo, o BC ofereceu 10.000 papéis. "Vimos uma entrada grande de recursos no país nas últimas semanas, o que trouxe a cotação do dólar para perto de R$ 2,20. É natural que a autoridade monetária, neste caso, reduza o ritmo de 'estímulo' ao mercado através de suas intervenções", diz Marcos Trabbold, operador da B&T Corretora de Câmbio.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou o dia em alta de 0,92% sobre o real, cotado em R$ 2,239 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, teve avanço de 1,26%, para R$ 2,247. Operadores também atribuíram a alta do dólar ao clima de incertezas política na Ucrânia e à desaceleração da indústria chinesa, que aumentou a procura dos investidores por aplicações consideradas mais seguras, como a moeda americana.

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