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A Bolsa brasileira fechou nesta quarta-feira (18) no maior patamar em dois meses ajudada pelo vencimento de opções sobre o índice Ibovespa e em dia de agenda esvaziada no Brasil. O impasse em torno de uma solução para a crise grega e o boletim Focus mostrando que o Brasil deve ter contração do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano fizeram o dólar subir a R$ 2,84.

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou com alta de 1,27%, a 51.280 pontos, o maior patamar desde 5 de dezembro do ano passado, quando a Bolsa fechou a 51.992 pontos. Das 68 ações negociadas no índice, 62 subiram e seis caíram.

O primeiro pregão após o Carnaval foi mais curto. A Bolsa abriu 13h e fechou no horário normal, 17h.

"O vencimento de opções sobre o índice ajudou o Ibovespa nesta quarta, uma vez que no mercado externo não houve grandes novidades em relação à Grécia", afirma Roberto Indech, analista da corretora Rico.

Impasse na zona do euro

A Grécia anunciou que vai enviar à zona do euro na quinta-feira (19) um pedido de prorrogação de um "acordo de empréstimo" por até seis meses, mas a Alemanha, que é o principal suporte econômico da União Europeia, diz que a oferta não foi feita e que o governo grego tem de se ater aos termos de seu atual pacote internacional de resgate.

A medida, confirmada por um porta-voz, é uma tentativa do novo governo grego, de esquerda, liderado pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras, de manter uma tábua de salvação financeira por um período transitório, evitando as difíceis condições de austeridade do programa de resgate da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional).

"O acordo se faz 'mister' pelo risco elevado de colapso do sistema financeiro grego, diante da crise de liquidez que o afeta, com a população correndo aos bancos para sacar suas economias", afirma Marco Aurélio Barbosa, da CM Capital Markets, em relatório.

Cenário interno

No cenário doméstico, o boletim Focus, divulgado nesta quarta, mostrou que os economistas veem, pela primeira vez, contração do PIB (Produto Interno Bruto) do país neste ano. O mercado aposta em queda de 0,42% do PIB e em inflação de 7,27%.

O real deve seguir seu processo de desvalorização em relação ao dólar. Segundo o Focus, o dólar deve encerrar o ano em R$ 2,90, alta em relação à previsão anterior, que era de R$ 2,80. Os economistas esperam que o processo continue também até o final de 2016, quando a taxa chegará a R$ 2,93, aumento em relação à estimativa anterior, de R$ 2,90.

Os economistas pioraram a estimativa para a taxa Selic (taxa básica de juros), que deve encerrar 2015 em 12,75%, contra previsão anterior de 12,50%. Atualmente, a Selic está em 12,25%. Para o final de 2016, prevê-se uma Selic de 11,50%, a mesma expectativa anterior.

"O mercado já precificava a queda da atividade econômica, mas o IPCA surpreendeu, assim como o cenário de juros mais complexo para a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que ocorre em março", afirma Indech.

Ações

Os papéis ordinários da Usiminas fecharam em queda de 3,14%, a R$ 20,34, após a empresa reportar prejuízo de R$ 117 milhões no quarto trimestre, ante lucro de R$ 47 milhões no mesmo período de 2013.

De acordo com a empresa, o resultado foi impactado por forte queda na demanda doméstica por aço e pela desvalorização cambial. A empresa teve lucro de R$ 208 milhões em 2014, ante lucro de R$ 17 milhões em 2013. As ações preferenciais da siderúrgica fecharam em alta de 4,17%, a R$ 3,75.

As ações da Petrobras conseguiram embalar a quarta alta seguida no pregão desta quarta. Os papéis preferenciais, os mais negociados, subiram 1,30%, a R$ 10,12. As ações ordinárias, com direito a voto, fecharam o dia com avanço de 1,74%, a R$ 9,95.

As ações da Vale também subiram pelo quarto dia seguido. As ações preferenciais subiram 1,09%, a R$ 19,55. Os papéis ordinários subiram 1,02%, a R$ 22,71.

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