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 | Rafael Neddemeyer/Fotos Públicas
| Foto: Rafael Neddemeyer/Fotos Públicas

A alta das commodities impulsionou as bolsas globais nesta terça-feira (10), assim como moedas de países emergentes, como o Brasil. Entretanto, a aproximação da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário do Senado trouxe um otimismo adicional ao mercado doméstico.

O dólar comercial caiu para o patamar de R$ 3,46, enquanto o Ibovespa subiu 4,08%, na máxima da sessão e acima dos 53.000 pontos.

Os juros futuros e o CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote do país, recuaram, indicando uma menor percepção de risco do mercado brasileiro.

Segundo analistas, a manutenção do votação do impeachment no Senado nesta quarta-feira (11) e o recuo do presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), deixaram os investidores aliviados.

Na segunda-feira (9), a decisão de Maranhão de anular o processo de afastamento da presidente causou perplexidade e turbulência no mercado doméstico. No mesmo dia, a notícia de que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) resolveu ignorar o ato do presidente interino da Câmara acalmou os investidores.

Nem mesmo a notícia de que o governo decidiu recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o impeachment afetou o otimismo nos negócios nesta terça-feira.

“Depois do que aconteceu ontem [segunda], em que houve muito barulho e no fim era só espuma, só algo mais concreto pode mexer de novo com o mercado de forma negativa”, avalia Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos.

Bolsa

O Ibovespa encerrou o pregão em alta de 4,08%, aos 53.070,91 pontos, na pontuação máxima do pregão. Foi a maior alta porcentual desde 17 de março, quando avançou 6,60%. Também foi a maior entre as principais Bolsas globais nesta sessão. O giro financeiro foi de R$ 7,4 bilhões.

As ações da Petrobras avançaram 7,70%, a R$ 10,21 (PN) e 6,46%, a R$ 12,85 (ON). O avanço do petróleo no mercado internacional ajudou os papéis da estatal.

Os papéis da Vale ganharam 6,31%, a R$ 13,13 (PNA) e 4,20%, a R$ 15,87 (ON).

No setor financeiro, Banco do Brasil ON ganhou 5,92%; Itaú Unibanco PN, +6,27%; Bradesco PN, +4,30%; Santander unit, +3,09%; e BM&FBovespa ON, +5,81%.

“Na véspera de votação do impeachment no Senado, e após o susto de ontem [segunda-feira], investidores resolveram comprar um pouco mais no mercado brasileiro”, afirma Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor.

Segundo Santos, embora o afastamento de Dilma Rousseff seja dado como certo pelo mercado, as compras desta terça-feira já visam uma melhoria do país sob um novo governo, previsto para começar já nesta quinta-feira (12).

Dólar

O dólar comercial fechou em baixa de 1,61%, a R$ 3,4670, e o dólar à vista encerrou em queda de 2,05%, a R$ 3,4859.

Pela quinta sessão seguida, o Banco Central não realizou leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares pela autoridade monetária.

Analistas acreditam que o BC volte a atuar no mercado de câmbio nesta quarta-feira (11), uma vez que a moeda ficou abaixo dos R$ 3,50, tido por eles como um “piso” para o BC.

O avanço do petróleo beneficiou as moedas de países emergentes, mas o real teve a maior valorização global por causa do cenário político.

Segundo analistas, a sinalização do vice-presidente Michel Temer de que deve reduzir o número de ministérios de 32 para 22, caso assuma a presidência do país, agradou ao mercado.

“A página do governo do PT já virou para mercado e agora esperam-se os nomes da equipe de Temer na sua totalidade e o potencial de realização efetiva que essa nova equipe terá”, escrevem analistas da Lerosa Investimentos, em relatório.

No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 caiu de 13,695% para 13,635%; o DI para janeiro de 2021 recuou de 12,690% para 12,420%.

O CDS, outro indicador da percepção de risco do Brasil, perdia 3,14%, para 336,826 pontos.

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