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Descolado das Bolsas internacionais, que caem nesta quinta-feira (3) com dúvidas dos investidores sobre o acordo para evitar o chamado abismo fiscal nos Estados Unidos, o Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro, se mantém em alta puxado por Petrobras e Bradesco. Por volta de 13h28m, o índice se valorizava 0,44% aos 62.826 pontos e volume financeiro negociado de R$ 2,5 bilhões. O dólar, que iniciou o dia em alta frente ao real, passou a se desvalorizar. No mesmo horário, a moeda americana era negociada a R$ 2,042 na compra e R$ 2,044 na venda, uma queda de 0,09%.

Entre as ações mais negociadas do pregão, Vale PNA (sem direito a voto) cai 0,77% a R$ 42,28; OGX Petróleo ON recua 1,68% a R$ 4,68; Itaú Unibanco PN avança 1,45% a R$ 34,98 e PDG Realty ON sobe 0,85% a R$ 3,53.

A Petrobras concluiu a perfuração do poço Carcará, na bacia de Santos, e informou que os dados coletados reforçam a expectativa de "elevado potencial" da área, segundo comunicado nesta quarta-feira. As ações ON (com direito a voto) da petrolífera sobem 2,52% a R$ 20,35, enquanto os papéis PN se valorizam 2,38% a R$ 20,16.

As ações PN do Bradesco sobem 3,58% a R$ 37,28, a maior alta do Ibovespa. O conselho de administração do banco aprovou o pagamento de R$ 2,054 bilhões aos acionistas na forma de juros sobre o capital próprio complementares, conforme proposto pela diretora no dia 10 de dezembro. O pagamento será feito no dia 7 de março e beneficiará investidores com ações do banco até 21 de dezembro, data da reunião do conselho.

As ações PN da Eletropaulo têm a maior queda do índice, com perda de 3,52% a R$ 16,98.

Impacto de outros países

Na quarta, após o acordo, o Ibovespa subiu 2,62% aos 62.550 pontos. Na avaliação da equipe de análise do BB Investimentos, o Ibovespa tem como próxima resistência os 63.500 pontos, mas a "nuvem de incertezas" ainda não se dissipou, pois o endividamento dos Estados Unidos e países da Europa está muito alto, e o mercado seguirá monitorando atentamente os indicadores econômicos americanos.

O abismo fiscal, pacote de aumentos de impostos e cortes de gastos, que estava programado para entrar em vigor automaticamente neste início de 2013, foi evitado pelo Congresso americano. Pelo acordo, aumentos de impostos para 98% das famílias foram cancelados e adiados em dois meses cortes de despesas de US$ 110 bilhões.

Questões como a elevação do teto da dívida do país, além dos cortes de gastos, entretanto, não foram resolvidas. O Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou insuficiente o acordo e pede um plano mais completo para colocar as finanças públicas americanas num caminho sustentável, sem por em risco o crescimento econômico do país.

"Um plano que garanta receitas mais altas e contenha a despesa no médio prazo deverá ser aprovado o quanto antes", disse em comunicado Gerry Rice, porta-voz do FMI.

"O endividamento da maior economia mundial ainda causa preocupações e o mercado está preocupado com a trajetória do déficit público americano", afirma o economista Darwin Dib, da CM Capital.

O rombo anual das contas americanas é de cerca de US$ 1,4 trilhão e a dívida a ser rolada é de US$ 16,4 trilhões. Ainda nos EUA, o setor privado criou 215 mil vagas em dezembro, acima das 140 mil esperadas pelo mercado. Já o número de pedidos de seguro-desemprego subiu em 10 mil na semana passada, para 372 mil, expansão menor que a esperada.

Segundo Paul Ashworth, economista-chefe da Capital Economics para os Estados Unidos, "os dados sobre o mercado de trabalho são positivos, de forma geral". O mercado aguarda a divulgação da ata da reunião de dezembro do Federal Reserve, que será publicada às 17h.

No mês passado, o banco central americano anunciou que expandiria o volume mensal de compras de títulos para US$ 85 bilhões. Mesmo assim, os principais índices americanos estão em queda. o S&P 500 perde 0,1%; o Dow Jones se desvaloriza 0,16% e o Nasdaq recua 0,03%.

Na Europa, o índice Ibex, da Bolsa de Madri, se desvaloriza 0,48%; o Dax, da Bolsa de Frankfurt, perde 0,21%; o índice Cac, da Bolsa de Paris, se desvaloriza 0,34% e o FTSE, da Bolsa de Londres, é a exceção com alta de 0,19%.

De indicadores econômicos na Europa, divulgados nesta quinta, a taxa de desemprego na Alemanha ficou estável em 6,9% em dezembro. Na Espanha, o número de desempregados caiu para 4,85 milhões em dezembro em relação a novembro. Porém, em relação ao mesmo mês de 2011 o número de desempregados espanhóis aumentou em 9,64%.

Na China, a atividade do setor de serviços acelerou em dezembro no ritmo mais rápido em quatro meses, mostrando sinais de uma retomada no crescimento da segunda maior economia do mundo, no fim de 2012. A pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) para o setor de serviços subiu para 56,1 em dezembro ante 55,6 em novembro.

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