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Operadores da Bolsa de Nova Iorque assistem à assinatura do pacote de Obama: para analistas, situação tende a piorar | Mario Tama/AFP
Operadores da Bolsa de Nova Iorque assistem à assinatura do pacote de Obama: para analistas, situação tende a piorar| Foto: Mario Tama/AFP

GM pede ajuda de US$ 30 bi e diz que vai demitir 47 mil

A GM informou ontem à noite que precisa de uma ajuda de US$ 30 bilhões para evitar sua falência. O pedido de socorro é US$ 12 bilhões mais caro que o feito inicialmente, em dezembro do ano passado. Além disso, a gigante norte-americana pretende eliminar 47 mil empregos – do total de 244 mil que mantém – em todo o mundo. Cerca de 20 mil desses cortes ocorrerão nos EUA.

A Chrysler, por sua vez, disse que necessita de US$ 5 bilhões a mais em financiamento público. Além disso, deve demitir 3 mil trabalhadores e suspender a produção de três modelos.

O sindicato dos trabalhadores do setor automotivo norte-americano, o poderoso United Auto Workers (UAW) , principal sindicato do setor) anunciou ontem ter chegado a acordos preliminares com as empresas General Motors, Ford e Chrysler, para ajudá-las a se reestruturar. A revisão das condições de emprego dos trabalhadores dessas empresas é percebido como uma condição essencial para que elas possam ter acesso à ajuda oferecida pelo governo dos Estados Unidos.

  • O novo Madoff? - A Securities and Exchange Commission, que regula o mercado norte-americano, acusou ontem o texano Robert Allen Stanford (foto) de fraude de US$ 8 bilhões em produtos financeiros. No esquema, que durou 15 anos, ele prometia altíssimos rendimentos a seus clientes. Em 11 de dezembro, numa ação semelhante, Bernard Madoff foi detido e acusado de ter montado uma pirâmide financeira de US$ 50 bilhões

São Paulo e Denver (EUA) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou ontem o plano de estímulo econômico de US$ 787 bilhões, transformando-o em lei. Mesmo assim, as bolsas de valores do mundo inteiro amargaram resultados ruins relacionados com a queda no preço das commodities e às incertezas que cercam os pacotes anticrise anunciados por governos dos cinco continentes.

O termômetro da Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa, que acompanha a variação das 66 ações mais negociadas no mercado brasileiro, desabou 4,76% no fechamento, aos 39.846 pontos. O índice Dow Jones Industrial Average, da Bolsa de Nova Iorque, fechou em baixa de 3,79%, voltando para um nível muito próximo ao piso histórico alcançado em novembro do ano passado. O Nasdaq, das empresas de tecnologia e comunicações, por sua vez, caiu 4,15% e o S&P 500 desceu com ainda mais força: 4,56%. As bolsas europeias concluíram os negócios com quedas da ordem de 3%.

O mercado pouco reagiu à sanção do megapacote criado pela equipe econômica do Presidente Barack Obama. Além disso, prevaleceu o temor quanto à delicada situação das montadoras norte-americanas, à beira da falência, e dos bancos, atolados nos chamados "ativos tóxicos" (créditos problemáticos). "A aprovação do pacote foi uma notícia já bastante negociada pelas bolsas na semana passada. Prevalece um sentimento no mercado: o nível de atividade da economia em geral vai piorar", avalia Ronaldo Zanin, gestor da Advisor Asset Management. "Há um vaivém entre a melhora das expectativas, quando saem notícias sobre os pacotes governamentais, e uma piora, quando surgem mais dados que mostram a deterioração da economia global", acrescenta.

Otimismo

Obama bem que tentou transmitir otimismo durante o ato de promulgação do plano de US$ 787 bilhões. Em seu discurso, o presidente disse que aquele momento será marcado como "o princípio do fim’’ da crise e que a medida permitirá criar empregos e proporcionar ‘’alívio às famílias’’. Um dos objetivos do projeto, aprovado na sexta-feira passada pelo Congresso norte-americano, é salvar ou criar 3,5 milhões de empregos no país.

"Começamos o trabalho difícil de manter o sonho americano vivo em nosso tempo. É para isso que estamos aqui. Este dia não marca o fim de nossos problemas, mas marca o começo do fim", disse Obama. Ele disse que a "estrada para a recuperação" do país "não será reta, exigirá coragem e um novo senso de responsabilidade, que tem faltado em Wall Street e Washington". "Com um pacote desse tamanho vem a responsabilidade de gastar bem o dinheiro que os contribuintes deram duro para ganhar", disse o presidente – que citou o site recovery.gov, para que os americanos possam acompanhar a evolução da aplicação dos recursos na recuperação da economia do país.

Impostos

A Casa Branca divulgou ontem mais detalhes sobre essa aplicação. A projeção do governo é aplicar 40% do pacote – cerca de US$ 312 bilhões – no auxílio direto à classe média dos EUA. O pacote prevê, entre outras medidas, US$ 116 bilhões em benefícios fiscais para 95% dos americanos, que devem chegar ao bolso do contribuinte na forma de descontos menores nos salários. Trata-se de uma medida um pouco diferente da adotada pela gestão de George W. Bush em fevereiro do ano passado, quando US$ 168 bilhões foram enviados na forma de cheques aos contribuintes norte-americanos.

A medida já havia sido aprovada pela Câmara no dia 28 do mês passado, mas o Senado a aprovou há apenas oito dias com algumas alterações: os deputados aprovaram o projeto com um valor de US$ 819 bilhões, enquanto os senadores elevaram a conta para US$ 838 bilhões. Ao ser aprovado pelas duas Casas legislativas na sexta-feira, o pacote recuou para os US$ 787 bilhões.

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