As bolsas mundiais voltam a ter um dia de forte turbulência nesta segunda-feira (8), com o preço do petróleo de novo abaixo dos US$ 30 e intensificação dos temores sobre a economia mundial, diante de um quadro com taxas de juros negativas no mundo. As ações europeias atingiram o menor nível em 16 meses, avançando nas perdas já registradas na semana passada. O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações europeias, caiu 2,1% e atingiu o menor nível desde outubro de 2014.
Ao mesmo tempo, preocupações com a saúde do setor financeiro levantam comparações com os dias iniciais da crise financeira global de 2008, puxando o custo dos empréstimos nos países mais endividados da zona do euro. A expectativa é que os mercados americanos abram em queda com esse clima de pessimismo nas Bolsas europeias.
“O cenário está desacelerando. As pessoas se perguntam sobre a economia global e especialmente agora estão começando a olhar os bancos. Você vê mais e mais pessoas se questionando: é 2008 de novo? Talvez não tão severo quanto na época, mas precisamos nos preocupar com o setor bancário e com os ativos de riscos em de uma maneira maior?”, questiona o analista sênio da Cantor Fitzgerald, Owen Callan.
As preocupações com os bancos fizeram disparar os custos de empréstimos em Portugal, Espanha e Itália, os três países que estavam no centro da crise de dívida soberana da zona do euro. A taxa dos títulos de dez anos da dívida de Portugal subiu para 3,14%, o maior nível desde julho de 2015. Ao mesmo tempo, a taxa dos títulos de dez anos da Alemanha recuaram para 0,25%.
Os preços de petróleo voltaram a cair para menos de US$ 30 o barril, depois de uma recuperação na semana passada. O preço do WTI, óleo do tipo leve americano, recuava 3,4%, a US$ 29,84, enquanto o preço do Brent, referência mundial, perdia 2%, a US$ 33,39.
“As preocupações estão aumentando de que no clima de taxas de juros negativas e políticas monetárias expansionistas, a rentabilidade dos bancos será reduzida”, afirmou à Reuters Jaisal Pastakia, gerente de investimentos na Heartwood Investment Management.
“É um ambiente difícil. Eu esperaria por uma reação no mercado após as ações da semana passada, mas isso está fora de questão. O fluxo de notícias econômicas precisa melhorar. Até agora, isso não aconteceu em uma escala importante”, disse Gerhard Schwarz, chefe de estratégias do Banco Baader Bank, em Munique.
Na Ásia, a Bolsa do Japão avançou 1,1%, recuperando perdas de pregões anteriores, enquanto na Índia a bolsa caiu 0,6%. Os mercados ficaram fechados em China, Hong Kong, Taiwan, Coreia do Sul, Cingapura, Indonésia, Malásia e nas Filipinas por causa do feriado do Ano Novo Chinês.
Na sexta-feira, as bolsas europeias e americanas recuaram após a divulgação dos dados de desemprego nos Estados Unidos, que mostraram um crescimento mais lento que o esperado em janeiro.
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