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Após nova sessão de forte instabilidade, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ameaçou aliviar as perdas no fechamento ontem, mas não sustentou a melhora. O índice Ibovespa, mesmo após subir 2,53% na máxima do dia, encerrou em queda de 4,66%, aos 40.139,85 pontos, no menor nível desde 1º de novembro de 2006. O dólar disparou R$ 2,311, na maior cotação desde 31 de maio de 2006.

Nos Estados Unidos não foi diferente. O índice Dow Jones Industrial encerrou em baixa de 5,11%, após oscilar entre queda de 5,21% e alta de 1,69%. E o Nasdaq Composite recuou 5,80%, no piso do dia.

Não foram poucas as informações a serem digeridas pelos investidores ontem. A expectativa de corte coordenado de juro por Bancos Centrais (BCs) ao redor do mundo permitiu uma abertura mais favorável ontem, que contou ainda com a ajuda do anúncio do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) para a criação de uma linha a fim de complementar as atuais linhas de crédito disponíveis. A reação, inicialmente positiva, logo perdeu força, e as bolsas norte-americanas passaram a operar no vermelho.

Ainda na primeira etapa do dia, os players locais repercutiram também notícias internas, com destaque para a decisão do governo de dar mais poderes ao BC para combater os efeitos da crise no Brasil.

A principal medida é a autorização para que o BC possa comprar carteiras de crédito de instituições financeiras em dificuldades, por meio de uma linha de empréstimo já existente, chamada de redesconto.

As novidades foram recebidas pelo mercado com um misto de alívio e preocupação. Alívio por ampliarem o arsenal de ajuda que o BC pode dar aos bancos, num ambiente de liquidez estreita. Preocupação porque este potencial quadro de "crise interna" – mesmo que negado pelas principais autoridades do governo – pode ser pior do que o imaginado.

À tarde, em Washington, o presidente do Fed, Ben Bernanke, sinalizou que a autoridade monetária poderá reduzir as taxas de juro de curto prazo, num cenário de reduções de pressões sobre os preços, de crise financeira e de perspectiva de debilidade econômica.

As declarações de Bernanke, contudo, não foram suficientes; pelo contrário, frustraram os investidores e os índices acionários nova-iorquinos ampliaram as perdas, contaminando as operações na Bovespa. "Isso já está no preço", argumentou o operador de uma corretora em São Paulo."O mercado aguarda algo realmente novo e de impacto para reagir", acrescentou.

Algum alívio foi observado após notícias de que o ministro de Finanças do Reino Unido, Alistair Darling, fará um anúncio hoje, antes da abertura dos mercados financeiros, sobre os esforços para colocar os bancos em uma base de longo prazo. O Wall Street Journal informou que o governo britânico finaliza um pacote de socorro para seu sistema bancário, no valor de US$ 78,8 bilhões – o segundo maior nas últimas semanas após o plano de US$ 700 bilhões nos EUA.

Ações

A trégua na correção de baixa dos preços das commodities, ontem, não impediu quedas em ações importantes do Ibovespa. No primeiro escalão, Petrobras PN caiu 5,67%, mesmo com a alta do petróleo. A alta dos metais também não evitou a desvalorização de 3,67% das ações PNA da Vale.

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