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Cifra recorde

Lançamento é o mais esperado do ano

O IPO (lançamento inicial de ações, na sigla em inglês) da Bovespa tem sido encarado como o mais esperado do ano e pode movimentar a cifra recorde de mais de R$ 5,2 bilhões. No começo deste mês, a notícia de que o investidor Naji Nahas entrou com ação na Justiça contra a Bovespa e a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (comandada atualmente pela BM&F) causou mal-estar entre investidores. O temor era que a indenização de R$ 10 bilhões pedida por Nahas, por danos materiais e morais, atrapalhasse as aberturas de capital. Uma fatia da oferta das ações que a Bovespa Holding levará ao mercado foi reservada ao investidor de varejo. De hoje até o dia 23, pessoas físicas poderão fazer pedidos de reserva nas instituições financeiras credenciadas, em montantes que vão de R$ 3 mil a R$ 300 mil. Se houver um volume maior de pedidos de reserva do que o montante disponível para esse segmento, haverá um rateio.

Quem quiser ser dono de um pedacinho da Bolsa de Valores de São Paulo terá essa oportunidade a partir de hoje, quando começa o período de reservas para comprar as ações resultantes do processo de abertura de capital da instituição. Seguindo uma tendência mundial, a Bovespa e a BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) decidiram, ainda em 2006, dar andamento ao processo de desmutualização – como é conhecida a abertura de capital das Bolsas –, que agora está perto de sua conclusão. As ações da Bovespa devem estrear em pregão no próximo dia 26. As da BM&F também devem iniciar seus negócios neste último trimestre do ano.

As ações das Bolsas serão negociadas em pregão como os papéis de qualquer outra empresa de capital aberto. Estima-se que ao menos 70% das principais Bolsas de Valores do mundo já tenham passado ou estejam em meio a um processo de abertura de capital. Entre as maiores que contam com suas ações vendidas em pregão, estão as Bolsas de Frankfurt, Londres, Hong Kong, Nova Iorque e a Nasdaq.

Para as corretoras de valores, até então donas das Bolsas brasileiras, a operação em andamento é bilionária: o cenário mais otimista prevê que o montante arrecadado com a venda das ações de Bovespa e BM&F alcance R$ 10 bilhões. No processo de desmutualização, os títulos patrimoniais que as corretoras detinham se transformaram nas ações que serão ofertadas ao mercado.

Interesse estrangeiro

Apesar da expectativa de que os papéis da Bovespa Holding – companhia formada em decorrência da abertura de capital – estréiem antes no pregão, a BM&F saiu na frente e já vendeu R$ 1 bilhão em ações decorrentes de sua desmutualização para o fundo norte-americano General Atlantic, conhecido por seu interesse em IPOs de Bolsas.

As corretoras não poderão vender de cara todas as suas ações. Dessa forma, além do dinheiro que devem levantar na estréia dos papéis no pregão, poderão, no futuro, conseguir mais recursos. A Bovespa é a maior Bolsa da América Latina, com capitalização bursátil (valor das empresas listadas em pregão) que chega a R$ 2,3 trilhões.

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