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Bolsa de Nova Iorque: alta forte com investidores enxergando “o copo meio cheio” | Mario Tama/AFP
Bolsa de Nova Iorque: alta forte com investidores enxergando “o copo meio cheio”| Foto: Mario Tama/AFP

Recessão

PIB dos EUA encolhe 6,1% e juros do país são mantidos

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) manteve ontem, por unanimidade, sua taxa de juros no patamar em que se encontra desde dezembro do ano passado, uma margem de variação entre zero e 0,25%.

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São Paulo - Nem o tombo da economia americana, nem a escalada mundial da gripe suína impediram que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) tivesse um dia de forte alta no pregão de ontem. Os estrangeiros voltaram às compras no mercado de ações doméstico, puxando a bolsa para seu maior nível desde outubro e derrubando o dólar para R$ 2,17, a menor cotação desde novembro.

O termômetro da bolsa, o índice Ibovespa, subiu 3,07% no fechamento e atingiu os 47.226 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,05 bilhões. Nos Estados Unidos, a Bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 2,11%.

Profissionais de mercado apontaram um dos rumores que ajudaram a Bovespa a subir com mais força a partir da segunda metade do pregão: a especulação sobre uma possível melhora do "rating" (nota de risco de crédito) nacional.

"Hoje [ontem] nós vimos um fluxo muito forte de entradas, com muitos exportadores fechando contratos. As bolsas de valores também subiram muito: essa alta de 3% da Bovespa é principalmente por conta de estrangeiros", comenta Fernando Begallo, da mesa de operações da corretora Intercam. O saldo de investimentos estrangeiros na bolsa está positivo em R$ 3,77 bilhões em abril (até o pregão do dia 24).

"Ontem teve algum alarde por conta da gripe suína, mas houve muita especulação com esse assunto, e o mercado corrigiu um pouco desses exageros", acrescenta.

Investidores digeriram bem a principal notícia do dia: a contração de 6,1% do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre (leia mais ao lado). Economistas ressaltaram o crescimento acima do esperado do consumo das famílias: 2,2% contra um consenso de 0,9%.

"A questão é que o mercado está realmente um pouco mais otimista e viu o PIB americano do ponto de vista do ‘copo meio cheio’. A interpretação foi de que a economia dos EUA já chegou no fundo do poço e daqui não passa", comentou Frederico Mesnik, sócio da Humaitá Investimentos. "A gripe suína é um problema mundial, mas que deve afetar principalmente as companhias aéreas", acrescenta.

Mesnik afirma ainda que a parcela dos investidores estrangeiros com um apetite por risco um pouco maior já vê o país como "a bola da vez". "E não podemos esquecer que o Fed manteve mais uma vez a taxa de juros em 0,25%. O investidor que quer um pouco mais de retorno precisa ir para a renda variável, mas nos EUA, o quadro ainda é muito complicado", avalia.

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