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Diante da forte queda dos preços do petróleo no mercado internacional, que acabou afetando empresas ligadas a commodities, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o pregão desta terça-feira em queda. O Ibovespa cedeu 1,92%, chegando aos 42.007 pontos. O volume financeiro foi de R$ 3,602 bilhões.

O dólar, pelo segundo dia consecutivo, fechou em ligeira queda, perto da estabilidade. Ingressos de recursos ajudaram a manter a divisa em desvalorização, amenizando a pressão imposta pelo desempenho negativo de outros mercados. No final do dia, a moeda ficou cotada a R$ 2,1500 para venda, com variação de -0,05%.

Petróleo

Em Nova York, as cotações do petróleo tiveram a maior queda desde junho de 2005 . As ações preferenciais (PN) da Petrobras recuaram 2,29%, para R$ 45,52; as da Vale (PNA) caíram 1,63%, para R$ 51,15.

Segundo especialistas de mercado, é possível que a tendência de queda perdure pelos próximos dias, diante da falta de divulgação de indicadores econômicos.

Para o analista de investimentos da corretora Agora, Philip Grenman, o Ibovespa poderá recuar até 40,7 mil pontos ao longo de janeiro, diante de um forte movimento de realização de investidores que aproveitam para embolsar os lucros obtidos com a alta das ações no fim do ano passado.

— A Bovespa entrou mesmo em liquidação. Os investidores tiveram um lucro muito grande e estão agora realizando. Hoje, o preço do petróleo cai fortemente e, com isso, leva as ações ligadas não só ao petróleo mas a todas as commodities — disse.

Para o sócio-diretor da Rio Gestão, André Querne, esse processo de realização é natural.

— Trata-se muito mais de uma correção técnica, com a saída de investidores estrangeiros de mercados emergentes. Além disso, o mercado brasileiro é muito ligado a commodities e, por isso, sofre mais com as oscilações recentes do preço do petróleo e com as retiradas de curto prazo — avaliou.

Venezuela

De acordo com o especialista, as declarações do presidente Hugo Chavez sobre a nacionalização de setores da economia venezuelana não chegou a afetar os negócios na bolsa. Mas respingou no risco-Brasil, que subiu 1,53%, para 199 pontos básicos.

— Essa questão do Chávez sempre tem alguma influência nos países emergentes, mas a contaminhação aqui é muito pequena. Não passa pela cabeça do investidor que isso possa afetar a economia do Brasil — analisou.

Juros

No mercado de juros futuros, o dia foi de aumento da volatilidade na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). No entanto, a tendência de queda dos contratos de depósito interfinanceiro (DI) interrompida no meio do dia, acabou sendo retomada perto do fechamento, para os prazos mais curtos. Os mais longos fecharam em alta.

O DI fevereiro de 2007 recuou a 13,05%, sinalizando corte de 0,47 ponto percentual da próxima Selic; o DI julho de 2007 permaneceu em 12,62% ao ano; e o DI janeiro de 2008 caiu a 12,45%.

As bolsas americanas também operaram em queda durante boa parte do dia. Mas, no fim da tarde, a Nasdaq e S&P se recuperaram.

— Muitas ações ligadas ao setor de petróleo listadas na S&P estão sendo prejudicadas. O impacto da queda dos preços do petróleo no mercado de ações está menos positivo do que poderia ser — disse Steven Goldman, analista da Weeden & Co.

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