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A sexta-feira foi de fortes oscilações nos mercados brasileiros, com a Bolsa de Valores de São Paulo chegando a alcançar a máxima de 54.407 pontos, para fechar na mínima do dia, em queda de 1,80%, aos 52.922 pontos. O volume financeiro foi de R$ 4,429 bilhões.

O dólar, que disparou acima de R$ 1,90 no dia anterior, teve a maior queda em 13 meses, encerrando os negócios a R$ 1,8950, com desvalorização de 1,71%. O risco-país, que na quinta-feira acumulou alta superior a 20%, recuou em dois pontos básicos, para 220.

A semana foi marcada pela incerteza em relação ao mercado de crédito e imobiliário nos Estados Unidos. A situação se agravou nesta quinta-feira, com novos dados sobre vendas de casas, resultados finaceiros negativos de construtoras e o fechamento de fundos de investimento australianos. No acumulado da semana, a bolsa paulista teve queda de 7,87%. No ano, a alta é de 19%. Já o dólar acumuou ganhos de 1,94% na semana.

Influenciada pelos 3,4% de crescimento do PIB dos EUA no segundo trimestre, que ficou acima das expectativas, a bolsa chegou a abrir no azul. Em seguida, inverteu o movimento e mostrou tendência indefinida durante todo o dia.

De acordo com o sócio da Principia Capital Management, Marcello Paixão, a bolsa paulista está sem direção, dependente do movimentos dos pregões em Nova York. Em Wall Street, o mercado acionário também ficou indefinido. O Dow Jones fechou em queda de 1,54%, aos 13.265,5 pontos; o Nasdaq teve queda de 1,43%, aos 2.562,24 pontos; o S&P caiu 1,60%, aos 1.458,95 pontos.

Para o gestor de uma corretora no Rio de Janeiro, que preferiu não ser identificado, o desempenho do PIB norte-americano trouxe um alento. Mas os riscos para a economia dos EUA ainda não são claros, enfatizou, explicando que os temores são em relação a uma grande influência negativa do setor imobiliário na economia como um todo. O PIB restringe uma piora, mas não reduz a volatilidade dos mercados, avaliou.

Bolsas européias e asiáticas fecham em queda

Na Europa, os investidores também ficaram divididos entre as preocupações com o setor imobiliário e de crédito nos Estados Unidos e dados sobre o desempenho da economia americana, mas as principais bolsas acabaram fechando em baixa pelo quarto dia seguido. Foi a pior semana das bolsas européias dos últimos três meses.

As bolsas de valores da Ásia encerraram em queda acentuada nesta sexta-feira, enquanto os bônus do governo japonês e o iene avançaram. Investidores deixaram ativos mais arriscados, temendo aumento de custos de crédito para empresas possam prejudicar a economia norte-americana.

O iene atingiu maior pico dos últimos três meses contra o dólar depois que investidores abatidos por dados fracos do setor imobiliário dos Estados Unidos e problemas em mercados de crédito correram para recomprar moeda japonesa que haviam emprestado para financiar compras de ativos mais rentáveis.

A bolsa de Tóquio caiu 2,4%, encerrando no menor nível dos últimos três meses. O índice MSCI que reúne os principais mercados da Ásia, exceto Japão, caiu 3,8% afastando-se ainda mais de recorde alcançado no início desta semana.

Na Coréia do Sul, a bolsa de Seul despencou 4,1%, a maior queda dos últimos três anos, e o mercado de Taiwan seguiu o ritmo, recuando 4,2%. Em Hong Kong, a bolsa registrou perda de 2,76%, em Sidney houve recuo de 2,81% e Cingapura perdeu 2,43%. Na China, a bolsa de Xangai ficou praticamente estável, com leve desvalorização de 0,03%.

O problema do chamado 'subprime' (crédito imobiliário de risco nos Estados Unidos) é o medo de que a piora nos dados do crédito imobiliário se espalhe para outros setores. O dado foi intensificado na quinta-feira, com a divulgação do número de venda de casas novas, que fechou junho com 834 mil unidades, 6,6% menor do que no mês anterior e bem abaixo das previsões do mercado que eram de 900 mil.

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