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Pressionado pela queda de mais de 5% das ações da mineradora Vale, o principal índice de ações da Bolsa brasileira -o Ibovespa- fechou hoje com desvalorização de 2,31%, aos 45.965 pontos -menor nível desde 28 de abril de 2009, quando estava em 45.821 pontos.

As ações mais negociadas da Vale (VALE5), que representam mais de 8% do Ibovespa, caíram 5,48%, para R$ 26,89, diante de preocupações em relação ao crescimento da economia chinesa. Os papéis ordinários -com direito a voto- da mineradora (VALE3) cederam 5,12%, para R$ 28,89.

Os preços do minério de ferro recuaram hoje no mercado asiático, e integrantes do mercado apostam em uma tendência de queda nesta semana, por conta de uma paralisação das compras de reabastecimento por parte das siderúrgicas da China, que é a maior compradora internacional do minério produzido pela Vale.

Além disso, o Goldman Sachs reduziu sua previsão de crescimento para a economia chinesa de 7,8% para 7,5% em 2013, e de 8,4% para 7,7% em 2014.

"Ainda recomendo a compra das ações da Vale, pois ela está muito barata em relação a suas concorrentes no exterior", diz a analista Daniela Martins, da Concórdia Corretora.

Mesmo diante da cautela com a China, a analista da Concórdia mantém otimismo em relação a empresa, especialmente por conta do preço do minério de ferro.

"O minério continua sendo negociado acima de US$ 100 no exterior, o que considero como bom preço, mesmo tendo sofrido ligeira queda recentemente", diz Daniela.Sobre a elevada concentração de dívidas em dólar que a Vale possui, a analista da Concórdia avalia que a recente alta do dólar -em torno de 10% em 2013- não representa risco.

"Atualmente, cerca de 60% das dívidas da companhia são em dólares, segundo os resultados do primeiro trimestre. Mesmo que a moeda tenha subido no ano, não podemos esquecer que a maior parte das receitas da empresa também são em dólares. Esse aumento não impacta o caixa da Vale no curto prazo", completa Daniela.

Para o analista Victor Penna, do BB Investimentos, o cenário de desaceleração da economia chinesa pode afetar, sim, as receitas da Vale, mas o impacto negativo pode ser menor do que o mercado prevê."Não podemos esquecer do consumo interno da China, que tem uma taxa de urbanização elevada e crescente. Isso significa que a procura por commodities permanecerá alta. Os produtos desse tipo produzidos por lá não são de boa qualidade, o que garante que o país vai continuar procurando matérias-primas de companhias brasileiras", afirma Penna.

Os mercados de ações globais também continuam pressionados pela decisão do banco central americano de começar a cortar os estímulos econômicos nos EUA ainda neste ano.

A instituição recompra, mensalmente, US$ 85 bilhões em títulos públicos -parte desse valor acaba entrando em outros mercados, como o brasileiro. O fim do programa de estímulo está previsto para a metade de 2014.

A notícia ganhou ainda mais repercussão nos mercados após o BIS, o consórcio dos principais BCs do mundo, com base na Suíça, dizer que chegou a hora de os bancos centrais pararem de tentar estimular a economia e voltarem a focar o combate à inflação, sugerindo que outros BCs podem seguir o exemplo do americano e começar a cortar estímulos também.

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