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São Paulo – O mercado encerrou a semana mais turbulenta do ano em tom positivo. Contribuíram para o fechamento de ontem, primeiro, a percepção entre investidores de que a "Bolsa já caiu demais" e que algumas ações ficaram a preços oportunos; segundo, a ação do Federal Reserve (o Banco Central norte-americano), que promoveu um alívio geral entre as Bolsas de Valores.

O Ibovespa, indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), finalizou o dia em alta de 1,13%, aos 48.559 pontos. Trata-se do primeiro fechamento positivo da Bolsa brasileira, após seis pregões consecutivos com desvalorização das ações. O volume financeiro foi alto: R$ 6,64 bilhões.

A taxa de risco-país, medida pelo indicador Embi+ (JP Morgan), marcou 209 pontos, número 7,11% inferior à pontuação final de anteontem.

O dólar comercial foi negociado a R$ 2,027 para venda, com decréscimo de 3,19%. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado a R$ 2,150 (valor de venda), com decréscimo de 4,86% sobre a cotação final da véspera.

O Banco Central voltou a se ausentar do mercado e não realizou o seu habitual leilão de compra de moeda. A autoridade monetária informou reservas internacionais de US$ 160 bilhões até ontem. Corretores mencionaram algumas poucas operações de importadores, que ficaram de fora dos negócios durante as turbulências de ontem.

O gerente de operações da Renova Corretora, Cristiano Zanuzo, está entre os profissionais de mercado que não contam com o retorno das taxas para R$ 2. "Temos que esperar, no entanto, o que vai acontecer no final de semana –se mais empresas vão anunciar problemas por causa das hipotecas dos EUA", diz ele. "Reproduzo o que já ouvi de colegas de mercado e analistas de grandes bancos: a gente ainda não conhece toda a verdade do que aconteceu lá fora", acrescenta.

Pela manhã, as bolsas asiáticas fecharam ainda sob efeitos do pânico que tomou conta dos mercados na quinta-feira. O pregão japonês fechou com o seu menor resultado em um ano, derrubado pelo "fator medo", como mencionaram analistas locais. As bolsas européias também operavam com ações em queda, quando saiu a notícia de que o BC americano havia reduzido a chamada "taxa de redesconto".

A taxa de redesconto é utilizada para prestar socorro financeiro ao sistema bancário. A medida se soma às dezenas de bilhões de dólares já oferecidos pelo Fed para auxiliar os bancos em meio a crise financeira, e teve o efeito de tranqüilizar, pelo menos por enquanto, os investidores.

A ação do banco central americano ajudou as bolsas européias a fechar no azul e sustentou a recuperação dos pregões americanos. A Bolsa de Nova Iorque, principal referência externa da Bovespa, fechou em alta de 1,81%.

No Brasil, os investidores também repercutiram positivamente a decisão, mas oscilou um pouco descolada dos negócios nos Estados Unidos. Corretores locais notaram alguma precaução dos investidores contra "surpresas" no final de semana e alguma antecipação do nervosismo na semana que vem. "Se saírem indicadores econômicos preocupantes nos EUA, mostrando que a situação se deteriorou [por causa da crise], nós devemos viver novos momentos de estresse", afirma Ricardo Tadeu Martins, da corretora Planner.

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