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A semana de transição entre fevereiro e março foi bastante turbulenta nos mercados financeiros globais e fez a Bolsa de Valores de São Paulo perder 7,92 por cento, acompanhando o amplo movimento de redução na exposição ao risco.

Somente nesta sexta-feira, o Ibovespa registrou desvalorização de 2,64 por cento, aos 42.369 pontos. O volume financeiro ficou em 4,48 bilhões de reais.

Os dias de mau humor do mercado mundial foram vistos na terça, quinta e neste pregão, com quedas expressivas nos índices de ações nos Estados Unidos, Europa e Ásia. No dia 27, o Ibovespa teve a maior queda desde 11 de setembro de 2001, de 6,63 por cento.

Os motivos para tanta agitação vêm de uma série de fatores: forte declínio da bolsa de Xangai devido a expectativas de medidas do governo sobre o mercado acionário chinês, fortalecimento do iene, medo de uma recessão nos Estados Unidos e problemas no setor de créditos imobiliários norte-americano.

Com tudo isso, cresceu a aversão dos investidores globais ao risco. Além disso, a elevação do iene acendeu um alerta sobre as operações de carry trades -quando o investidor toma empréstimo em moeda com baixo custo e aplica em ativos de alto rendimento. Muitas dessas operações começaram a ser rapidamente desmontadas.

``O que está dando reflexo (em Nova York) são os bancos limitando os créditos de empréstimos imobiliários, gera um pouco de desconfiança de recessão'', disse Júnior Hydalgo, assessor financeiro da corretora Cruzeiro do Sul.

O ex-chairman do Federal Reserve Alan Greenspan alertou na segunda que considera possível que os EUA entrem em recessão até o fim do ano. Na quarta, o atual chairman do Fed, Ben Bernanke, afirmou que a economia do país crescerá moderadamente.

Hydalgo ponderou que os investidores costumam dar mais atenção aos comentários de Greenspan, por ele ter presidido o BC norte-americano durante bastante tempo.

Para Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos da corretora Souza Barros, o tom bastante negativo dos mercados faz com que analistas reduzam suas apostas para a Bovespa.

``Muita gente já está trabalhando com (a possibilidade de a bolsa) ir a 38 mil, 40 mil pontos, no curto prazo'', afirmou.

Ações

Na bolsa paulista, as preocupações fizeram com que grandes players fizessem hedge nas carteiras nesta sexta. ``Fundos de ação (estão) vendendo um pouco de índice até passar a turbulência'', explicou Hydalgo, da Cruzeiro do Sul.

A blue chip Petrobras perdeu 3,05 por cento, enquanto a Companhia Vale do Rio Doce caiu 3,11 por cento. A empresa disse que pedirá oferta pública secundária de ações ordinárias da Usiminas, que recuaram 1,82 por cento.

Os papéis da Vivo tombaram 3,23 por cento. Uma assembléia geral da Portugal Telecom, que divide com a espanhola Telefónica o controle da Vivo, rejeitou alteração no estatuto da companhia em relação ao limite de capital que um investidor pode ter. A decisão põe fim à oferta de aquisição apresentada pela Sonaecom .

Na ponta contrária, as ações ordinárias da Brasil Telecom Participações avançaram 2,65 por cento. A operadora egípcia Orascom confirmou que manifestou interesse na participação da Telecom Italia na Brasil Telecom.

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