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Nas duas semanas anteriores, o principal índice da Bovespa acumulou perdas de 9,55% |
Nas duas semanas anteriores, o principal índice da Bovespa acumulou perdas de 9,55%| Foto:

Visita à Rússia

Lula critica inércia da regulação

No discurso que fez na abertura da reunião conjunta com o presidente russo, Dmitri Medvedev, no Kremlin, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que a instabilidade financeira na Europa "não deixa espaço para ilusões ou inércia". "Precisamos reformar as instituições financeiras internacionais e evitar o ressurgimento de tentações protecionistas nos países desenvolvidos", frisou Lula, defendendo a entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Ao falar sobre a crise atual, destacou: "Com a crise da Europa, e sobretudo da Grécia, fica muito claro que foi feito muito pouco para resolver o problema da crise e parece que ela volta mais forte em alguns países do que em 2008, por pura irresponsabilidade e por falta de controle do sistema financeiro. Nós, Rússia e Brasil, temos a responsabilidade de no G-20 e no Bric e onde mais participarmos, trabalharmos juntos para que a gente permita, pelo menos uma vez neste século, que o setor produtivo tenha prioridade em relação ao sistema financeiro".

Ele encerrou o discurso com os empresários afirmando que "tem uma coisa no Brasil que aprendemos a fazer: não tem mágica na economia. O que vale na economia é a seriedade que você trata a estabilidade econômica, controla a inflação e a seriedade do sistema financeiro".

Câmbio

Em entrevista à agência Dow Jones, o presidente russo Dmitri Medvedev destacou que, pelo bom relacionamento entre a Rússia e o Brasil, os dois países concordaram em promover comércio em moedas locais. Há muito tempo o Kremlin tem procurado reduzir a força do dólar na economia mundial.

"Nós fizemos um acordo (com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva) para criarmos um grupo de trabalho que vai promover a questão das transações em moedas locais", disse Medvedev. "É de extrema importância tanto para estabilizar o desenvolvimento econômico para os nossos países quanto para um melhor equilíbrio do sistema financeiro internacional."

Agência Estado

  • Operador da Bolsa de Frankfurt, onde o principal índice caiu 3,12%: mercados europeus voltaram ao epicentro da crise

Os mercados alternaram momentos de euforia e desânimo nesta semana, sem enxergar dias mais calmos à frente: ontem, as bolsas de valores europeias e americanas se desvalorizaram de ponta a ponta, enquanto o euro descia ao fundo, batendo em sua menor cotação em 18 meses. O investidor começou a semana comemorando o plano de 750 bilhões de euros para salvar a economia da União Europeia, mas encerrou o período temendo que o remédio seja amargo demais.Espanha, Portugal e Itália, na sequência, apresentaram planos mais rigorosos para reduzir os déficits públicos, prevendo cortes e contenção de salários, aumentos de impostos e redução das aposentadorias.Os investidores não viram motivos para ânimo: houve algum entusiasmo quando a Espanha anunciou sua proposta de cortar 15 bilhões de euros em gastos públicos, mas a recepção foi bem mais fria no caso de Portugal e Itália. "O mercado fica muito entusiasmado com essas medidas de rigor fiscal, mas numa economia como a Espanha, com 20% de taxa de desemprego, isso chega a ser absurdo. Num primeiro momento, o mercado até fica animado, mas depois cai na real", diz o economista-chefe da Gradual Investimentos, Pedro Paulo Silveira.

Para o analista, as economias da Europa, combalidas pela crise de 2009, ainda precisam de estímulos, na forma de juros mais baixos, menos impostos e mais gastos públicos, para ter alguma chance de recuperação.

Queda geral

E as piores quedas de ontem foram vistas no continente que é o atual epicentro da crise. Em Madri, o índice de ações Ibex recuou 6,64%; em Londres, as ações se desvalorizaram em 3,14% (pelo índice FTSE), enquanto o mercado francês teve perdas de 4,59% (pelo índice CAC). Nos EUA, a referência global dos investidores, o índice Dow Jones, retrocedeu 1,51%. A brasileira Bovespa não teve desempenho muito melhor: recuou 2,12%.

A derrocada foi ampla: o preço da ação mais "popular" do mercado brasileiro, da Vale, recuou quase 3%. A cadeia de varejo Lojas Americanas, que multiplicou seu lucro por 30 entre o início de 2009 e o primeiro trimestre deste ano, viu sua ação cair 4,48%. A ação da Braskem, que diminuiu prejuízos, retraiu 4,36%.

Uma das poucas exceções foram os papéis da Petrobras, que revelou seus lucros após o encerramento dos negócios. Sob boas expectativas, a ação preferencial da petrolífera subiu 0,56%, enquanto a ordinária teve ganho de 0,29%.

E, no dia em que o euro recuou para US$ 1,23 (o piso das cotações de hoje), o real também perdeu valor ante o dólar: a taxa de câmbio brasileira encerrou a sexta-feira em R$ 1,804 – alta de 1,51%.

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