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Após dois pregões de baixa, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta nesta quarta-feira, seguindo o otimismo do mercado americano. O Ibovespa, principal indicador brasileiro, subiu 0,83%, a 44.182 pontos. O volume negociado foi de R$ 4,637 bilhões. O dólar comercial encerrou o dia em queda de 0,63%, a R$ 2,2030, a menor cotação desde 6 de janeiro.

A alta só não foi maior porque as ações do Banco do Brasil (BB) desabaram devido à notícia de demissão do presidente da instituição, Antonio de Lima Neto, pelo governo federal. A saída de Lima Neto, antecipada pelo colunista Ancelmo Gois e confirmada na manhã desta quarta-feira, foi consequência da queda de braço entre o Planalto e o BB para que o banco reduzisse juros. A ação ON do Banco do Brasil despencou 8,15%, para R$ 17,35. O papel teve o pior desempenho dentro do índice. O novo presidente do BB é Aldemir Bendine.

Nos Estados Unidos, a preocupação com fracos resultados trimestrais das empresas americanas continuou se somou à influência da ata da reunião de março do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que mostrou piora da avaliação sobre o cenário da economia do país.

Ainda assim, o mercado subiu, diante de notícias indicando que os planos de ajuda do Tesouro dos Estados Unidos para o setor bancário podem ser ampliados para algumas seguradoras. Além disso, boas notícias sobre a economia chinesa influenciaram as bolsas. Nesta quarta-feira foram divulgados aumento nas vendas de automóveis no país e crescimento na importação de minério de ferro. Em Wall Street, o índice industrial Dow Jones subiu 0,61%. O Nasdaq, das ações de tecnologia, teve valorização de 1,86%, enquanto o S&P500 ganhou 1,18%.

Os preços do petróleo registraram ligeira valorização. O preço do barril do óleo leve, negociado nos Estados Unidos.

O contrato de WTI negociado para o mês de maio em Nova York fechou com alta de 0,46%, para US$ 49,38. Em Londres, o barril de Brent para maio ganhou 0,72%, para US$ 51,59.

Segundo Roberto Padovani, estrategista-chefe do banco WestLB, as ações do Banco do Brasil recuam porque a demissão de Lima Neto é um sinal de que a gestão da empresa poderia ter viés mais político do que técnico. Para Padovani, o problema não é a saída de Lima Neto, mas o motivo pelo qual ele foi demitido.

- O mercado vê esta mudança como uma intervenção política. Não combina com as práticas de nova governança. Toda decisão que é política, e não técnica, é mal vista. - afirma Padovani.

Embora o economista considere importante discutir a redução dos spreads (diferença entre o custo do empréstimo para o banco e o que ele cobra do tomador final), ele vê pouco espaço para que os bancos reduzam suas taxas.

- A inadimplência está elevada, o risco global está alto e a estrutura de compulsórios no país ainda é muito pesada - argumenta.

Ainda dentro do Ibovespa, Vale PNA aumentou 0,25%, para R$ 28,28, impulsionada pela notícia de aumento da importação de minério de ferro na China. A ação preferencial da Petrobras caiu 0,30%, para R$ 29,88. A ação PN do Bradesco aumentou 1,27%, para R$ 25,42, e Itaú Unibanco PN caiu 0,14%, a R$ 28,30.

Na Europa, as bolsas fecharam sem tendência comum. O FTSE-100, de Londres declinou 0,13%, enquanto o Xetra-DAX, de Frankfurt, avançou 0,82% e o CAC-40, de Paris, teve alta de 0,65%.

Entre as matérias-primas, o petróleo reverteu o movimento de queda e passou a subir mais de 4% em Londres e Nova York, onde o barril é negociado acima de US$ 50.

- O mercado está esperando mais esclarecimentos sobre o funcionamento do plano do governo americano para compra de ativos podres dos bancos. Enquanto isso não ocorrer, o mercado continuará sem tendência definida, variando de acordo com notícias diárias. E hoje as notícias são mais positivas - analisa Padovani.

Bolsas da Ásia tiveram perdas nesta quarta-feira

Os mercados asiáticos replicaram o sinal proveniente das bolsas americanas, que ontem recuaram, e encerraram a quarta-feira em território negativo.

Na sessão de terça-feira, o pessimismo foi ditado por notícias indicando que a General Motors (GM) estava prestes a pedir e pela expectativa dos agentes americanos com os resultados da Alcoa. A fabricante de alumínio registrou prejuízo de US$ 497 milhões nos três primeiros meses de 2009, revertendo lucro de US$ 303 milhões obtidos um ano antes. A perda ficou acima do esperado.

As perdas de terça-feira também foram influenciadas pelo anúncio de que o FMI deve praticamente dobrar sua projeção para o montante de ativos podres que podem estar espalhados pela economia mundial. A nova estimativa apontaria para US$ 4 trilhões, com cerca de US$ 900 bilhões espalhados por bancos da Europa e da Ásia.

O Ibovespa tentou resistir à instabilidade externa, mas fechou com perda de 0,76%, aos 43.824 pontos. O giro financeiro somou R$ 4,3 bilhões. Em Nova York as baixas foram mais acentuadas, de 2,34% no Dow Jones e de 2,81% no Nasdaq.

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