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Sinal de melhora no emprego nos EUA faz dólar subir 1% e voltar a R$ 2,32

O dólar subiu mais de 1% nesta quarta-feira (27), voltando ao patamar de R$ 2,32, impulsionado pela maior expectativa de redução do estímulo monetário nos Estados Unidos devido ao sinal de fortalecimento do mercado de trabalho norte-americano. A divisa dos EUA avançou 1,25%, a R$ 2,3244 na venda, terceira alta diária consecutiva. Na máxima da sessão, a divisa alcançou R$ 2,3270 na venda. Segundo dados da BM&F, o volume de negociação ficou em cerca de 1,8 bilhão de dólares.

O avanço ganhou fôlego na última hora da sessão, antes do feriado do dia de Ação de Graças na quinta-feira, durante o qual os mercados financeiros norte-americanos não funcionarão. "O mercado já estava em viés de alta por causa dos dados dos EUA, e o feriado de Ação de Graças favoreceu a aceleração desse avanço", afirmou o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos.

O número de norte-americanos que solicitou novos pedidos de auxílio-desemprego diminuiu inesperadamente na semana passada, dando fôlego às expectativas de que o Federal Reserve, banco central do país, vai reduzir o programa de compra de títulos em breve, enxugando a liquidez global. Também pesaram preocupações com a situação fiscal brasileira, que, caso continue apresentando resultados ruins, pode piorar ainda mais a avaliação do país e espantar investidores.

Analistas ressaltaram ainda que, à medida que se aproxima o fim de ano, a tendência de fortalecimento do dólar ganha fôlego. Tradicionalmente, grandes empresas estrangeiras instaladas no Brasil fecham seus balanços e enviam remessas de lucro ao exterior.

Ancorado na alta dos papéis de bancos e da mineradora Vale, o principal índice do mercado acionário brasileiro encerrou em alta esta quarta-feira (27), quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu deixar para o início de 2014 o julgamento final sobre a correção das cadernetas de poupança. O Ibovespa avançou 0,81%, a 51.861 pontos. O giro financeiro do pregão foi de R$ 6 bilhões.

As ações de Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil fecharam com valorização de mais de 2 por cento, depois do plenário do STF ter decidido começar nesta quarta apenas as sustentações orais e a leitura de relatório do processo relativo às cadernetas de poupança.

O julgamento trata do direito de poupadores a ressarcimento por prejuízos decorrentes de planos econômicos nas décadas de 1980 e 1990. A avaliação do governo é de que decisão favorável aos poupadores geraria custo de 150 bilhões de reais. "Quanto mais prazo você dá, mais tempo para os bancos se prepararem e fazerem provisões (de recursos), se é que já não provisionaram", afirmou o gerente de investimentos da Intrader, Anderson Luz.

A preferencial da mineradora Vale também deu tração ao índice, recuperando parte de perdas da terça-feira, quando o Ibovespa encerrou o dia em seu menor nível de fechamento desde 30 de agosto. "Ontem a bolsa estava muito fraca por causa de Petrobras e Vale, houve muito pessimismo sobre o julgamento do STF e a mudança no método de cálculo dos combustíveis. Então hoje estamos tendo uma pequena recuperação", afirmou o economista Gustavo Mendonça, da Saga Capital.

A preferencial da Petrobras, que tombou na véspera em meio a notícias sobre a resistência do governo em aceitar uma fórmula de reajuste automático dos combustíveis, teve um dia de forte volatilidade e acabou encerrando novamente no vermelho.

Investidores ficaram ainda de olho no leilão de concessão de trecho no Mato Grosso da BR-163, realizado pela manhã. A ação da CCR, que perdeu a licitação para a Odebrecht Transport, fechou no vermelho.

O mercado ainda digeriu uma bateria de dados dos Estados Unidos, com o número de norte-americanos que solicitou novos pedidos de auxílio-desemprego diminuindo inesperadamente na semana passada, sinal de melhora regular no mercado de trabalho. Analistas esperavam um aumento nos pedidos.

Para quinta-feira, espera-se um pregão de liquidez reduzida na Bovespa, uma vez que as bolsas dos EUA ficarão fechadas devido ao feriado local do Dia de Ação de Graças.

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