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A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em forte volatilidade nesta sexta-feira, oscilando entre a mínima de 46.877 pontos e a máxima de 49.588 pontos. O Ibovespa subiu mais de 2% durante as primeiras horas da manhã, voltou a ter forte queda, e agora sobe 0,31%, aos 48.166 pontos. O dólar recua 3,01%, a R$ 2,030, enquanto o risco-país despenca 8%, aos 207 pontos básicos.

No início da manhã, a alta foi motivada por uma decisão surpresa do Federal Reserve (Fed, o BC americano) de reduzir as taxas aplicadas em financiamentos para instituições de crédito, de 6,25% para 5,75%. A taxa básica foi mantida em 5,25% ao ano.

Entretanto, a divulgação da queda do consumidor americano reduziu os ganhos das bolsas dos Estados Unidos e das européias, e fez a Bovespa operar no vermelho. Segundo a pesquisa da Universidade de Michigan, o indicador preliminar de agosto ficou em 83,3, contra um índice fechado de 90,4 em julho. A expectativa era de uma leitura de 88.

O Dow Jones sobe agora 1,51%, aos 13.039 pontos; O Nasdaq tem ganho de 1,79%, aos 2.496,43 pontos; o S&P tem alta de 2,15%, aos 1.441,18 pontos.

Segundo o analista do Prosper Gestão, Gustavo Barbeito, o dia é de forte instabilidade.

- É mais um capítulo daquilo a que temos assistido todos os dias. Não é porque o Fed cortou o juro do redesconto que a crise vai acabar. O processo de turbulência continua e não deve terminar tão cedo - avalia.

No dia anterior, a Bovespa despencou mais de 8%, para depois fechar em queda de 2,58% .

Na Europa, o dia foi de fortes altas. O FTSE de Londres subiu 3,50%; o DAX, de Frankfurt, ganhou 1,49%; e o CAC, da França, teve ganho de 1,86%.

Redução da taxa de redesconto alimenta expectativas de corte na taxa básica, diz economista

A taxa básica de juros da economia americana foi mantida em 5,25%. Mas, em seu comunicado, o Fed informou que a medida visa a "promover a restauração das condições de organização dos mercados financeiros". A instituição monetária também informou que "as condições do mercado se deterioraram, e que o aperto do crédito e a crescente incerteza têm potencial de restringir o crescimento econômico".

O economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto, acha que este reconhecimento é positivo e pode sinalizar um futuro corte na taxa básica de juros da economia, caso necessário.

- Na prática, ele mostra que não está apenas assistindo à piora dos mercados e que está pronto para agir - diz.

Em contrapartida à decisão do Fed, o petróleo reverteu sua queda e passou a operar em forte alta. Em Nova York, o WTI sobe 1,28%, a US$ 71,91. O Brent, em Londres, tem alta de 0,99%, a US$ 69,56.Na Ásia, a pior semana em nove anos

As principais bolsas de valores asiáticas fecharam a sexta-feira em baixa devido à turbulência no mercado financeiro mundial, que teve como origem a crise no setor imobiliário americano. Foi a pior performance semanal dos mercados da região em uma década.

O indicador MSCI, que mede as bolsas de valores da Ásia com exceção do Japão, acumulou perda de 10,8 por cento nesta semana, a pior performance semanal desde janeiro de 1998, quando se desvalorizou em 12,4%.

- A maior preocupação para os mercados asiáticos é se a crise no mercado de crédito vai disparar uma redução no ritmo econômico dos EUA que vai, portanto, reduzir o consumo - disse Lim Chang-gue, gerente de fundos da Samsung Investment Trust Management, na Coréia do Sul.

Nesta sexta-feira, o Banco Central do Japão injetou US$ 10,5 bilhões no mercado, a terceira ação do gênero esta semana, mas não foi suficiente para evitar a forte queda de 5,41% na Bolsa de Tóquio no pregão de hoje. O índice Nikkei perdeu 874,81 pontos e encerrou o pregão com 15.273,68 unidades, menor fechamento do ano. Foi o terceiro dia de fechamento consecutivo com perdas causadas pela crise hipotecária nos Estados Unidos e a valorização do iene, que devem prejudicar as exportações.

A Bolsa de Jacarta também fechou o dia em forte baixa: 5,94%. Na Bolsa de Hong Kong, após descer mais de 5% durante o pregão, o índice Hang Seng caiu 1,14%. Depois de uma queda de quase 7% na quinta-feira, o índice Kospi, da Bolsa de Seul, na Coréia do Sul, caiu 3,19%. A Bolsa de Xangai encerrou o dia em baixa de 2,28% e a Bolsa de Taiwan fechou em queda de 1,35%.

- Todo mundo ainda está assustado e muitas pessoas querem tirar o dinheiro no curto prazo, então veremos mais vendas na próxima semana - disse Alex Huang, vice-presidente da Mega Securities, em Taiwan.

A Bolsa de Cingapura registrou baixa de 0,47%, enquanto em Kuala Lumpur a queda foi de 2,52%. Em Manila houve baixa de 1,9&% e em Bangcoc a queda foi de 0,61%. Na Oceania, a Bolsa de Sydney fechou em queda de 0,64%.

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