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Os mercados financeiros operam nesta terça-feira no segundo dia seguido de otimismo, na expectativa de uma solução para a crise das dívidas na Europa, diante da articulação entre líderes da região.

Com ações e commodities em alta e o dólar enfraquecendo-se em todo o mundo, o Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subia 2,01%, para 54.828 pontos, por volta de 13h30. Na segunda-feira, o Ibovespa teve alta de 0,97%, aos 53.747 pontos. No mercado de câmbio, o dólar comercial recua 0,87% ante o real, a R$ 1,804 na compra e a R$ 1,806 na venda, no terceiro dia seguido de queda. Na mínima do dia, a moeda americana chegou a ser cotada abaixo de R$ 1,80, a R$ 1,796, queda de 1,43%.

No foco dos mercados, o ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, afirmou hoje que seu país vai receber a próxima parcela do resgate internacional a tempo de evitar um potencialmente desastroso default. Venizelos disse que os credores internacionais estão cientes da situação fiscal da Grécia e que a próxima parcela, no valor de 8 bilhões de euros, vai chegar "a tempo". Os inspetores da dívida do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Central Europeu (BCE) e da Comissão Europeia (CE) devem voltar a Atenas nesta semana.

Nesta terça-feira, o primeiro-ministro grego, George Papandreou, está em Berlim para conversar com a chanceler Angela Merkel, dois dias antes de o Parlamento alemão votar sobre o aumento do fundo de resgate europeu.

"É improvável que o líderes europeus joguem pela janela tudo o que já foi feito", diz o diretor de varejo da Ativa Corretora, Álvaro Bandeira, lembrando que, assim como os mercados já perderam muito baseados em expectativas negativas, nos últimos dias a perspectiva menos pessimista provoca as altas.

Na Europa, as bolsas fecharam em forte alta, puxadas pelas ações dos bancos. Londres avançou 4,02%, Paris ganhou 5,74% e Frankfurt teve alta de 5,29%.

Em Nova York, o Índice Dow Jones se valoriza em 2,57%, o S&P 500 avança 2,51% e o Nasdaq ganha 2,35%.

No Brasil, as ações da Vale puxam a alta, influenciadas pela recuperação nas cotações de minérios. A Vale PNA (preferencial, sem direito a voto) ganha % 2,24%, a R$ 41,41. O setor financeiro também é destaque, com Itaú Unibanco PN ganhando 5,20%, a R$ 29,49. A Petrobras PN sobe mais devagar, avançando 0,80%, a R$ 19,94.

Para Bandeira, da Ativa Corretora, mesmo que a redução da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) possa ser vista como um alívio para os negócios da Petrobras, o aumento da importação de petróleo a prejudica.

Estrategista vê dólar a R$ 1,75 no fim do ano

Segundo Jayme Carvalho, estrategista de investimentos do Santander Private Banking, o recuo da moeda americana nesta terça-feira tem origem no otimismo com o cenário externo. Mas afirma que também houve uma acomodação de investidores no mercado futuro de câmbio, onde a taxa foi fortemente puxada para cima na última semana. Ele explica que investidores estrangeiros reduziram em US$ 14 bilhões suas posições vendidas (apostas contra o dólar) em contratos de câmbio nas últimas semanas, num rápido processo de desalavancagem.

"O BC fez uma intervenção importante na semana passada, com um leilão de swap cambial, e deu liquidez para esses investidores que buscavam uma saída para reduzir suas alavancagens no câmbio", explica Carvalho.

Para ele, a moeda americana deve oscilar entre R$ 1,70 e R$ 1,90 nos próximos meses. No fim do ano, a área de Private Banking do Santander prevê o câmbio a R$ 1,75.

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