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Após o turbilhão da crise, parece que infelizmente não há bonança. | Mauricio Lima/AFP
Após o turbilhão da crise, parece que infelizmente não há bonança.| Foto: Mauricio Lima/AFP

BC intervém e dólar fecha a R$ 2,305

À força de pesadas intervenções do Banco Central, a taxa de câmbio encerrou a jornada de ontem com forte queda de 3,15%, o que aponta para um dólar de R$ 2,305 na venda. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado a R$ 2,410, com decréscimo de 3,98%. O BC fez sua ação mais agressiva no mercado de câmbio desde o início da crise financeira. A instituição financeira anunciou ontem que vai iniciar um programa de venda de até US$ 50 bilhões em contratos de câmbio (swap cambial) para reduzir os impactos da crise financeira internacional sobre a economia brasileira. Pouco antes, a autoridade monetária promoveu dois leilões de venda de dólares, praticando uma operação na seqüência da outra, num período em a taxa de câmbio chegou a bater R$ 2,52 no momento de maior estresse, quando as bolsas de valores desabavam.

Perto das 13 horas, a autoridade monetária realizou dois leilões de "swap" cambial, que foram aceitos integralmente pelo mercado. "Esses leilões do BC [de ‘swap’] foram importantes para acalmar o mercado", comenta Marcos Trabold, gerente de câmbio da corretora B&T.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) emendou ontem seu terceiro dia de desvalorização, acumulando perdas de 14,3% em apenas três dias. Apesar de ações bastante depreciadas, como não se cansam de lembrar gestores de fundos e analistas, os investidores continuam muito cautelosos em relação à crise global para retornar às compras e, na dúvida, optam por vender e sair do mercado.

O termômetro da bolsa, o Ibovespa, recuou 3,57% no fechamento e desceu para os 33.818 pontos, o menor nível em 28 meses. O giro financeiro foi de R$ 4,41 bilhões.

Durante a tarde, a desvalorização chegou a quase 7%, e foi amenizada com um anúncio do Banco Central. A autoridade monetária decidiu criar um programa para oferecer até US$ 50 bilhões em proteção cambial para bancos e empresas. A medida agradou e conseguiu reverter a trajetória do dólar. A iniciativa tentar minimizar a preocupação generalizada com as apostas no mercado futuro de dólar, segmento que já gerou prejuízos bilionários a empresas como Aracruz, Sadia e Votorantim.

Em uma breve nota à imprensa, o BC informou que o novo programa faz parte da "estratégia de mitigação do impacto da crise financeira internacional sobre a economia brasileira". Desde o início do mês, mesmo sem o programa, a autoridade monetária já havia repassado US$ 16,2 bilhões em proteção cambial ao mercado.

A Bolsa de Nova Iorque, principal referência externa para os investidores domésticos, registrou desvalorização na maior parte do dia, mas virou perto da conclusão das operações, o que também contribuiu para segurar a baixa apontada pela Bovespa. O índice Dow Jones valorizou 2,02% no fechamento.

"O mercado vai continuar volátil desse jeito, enquanto não achar um ponto de equilíbrio. Pessoalmente, eu acredito que a bolsa já precificou essa recessão global. O problema é que o mercado está irracional, tanto na alta quanto na baixa", comenta José Costa Gonçalves, diretor da corretora Indusval.

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