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A bolsa brasileira voltou a descolar dos mercados globais nesta quarta-feira, repetindo o comportamento do fim de janeiro com queda de quase 2 por cento em uma jornada estável em Nova York.

O Ibovespa fechou em baixa de 1,71 por cento, a 66.688 pontos. O giro do pregão foi de 7,52 bilhões de reais.

A queda praticamente anula os ganhos obtidos na véspera, quando o mercado interrompeu uma série de quatro baixas seguidas para um repique de quase 2 por cento de alta.

Pouco antes do fechamento, o índice Dow Jones operava perto da estabilidade, ainda próximo da máximas em mais de dois anos e meio.

Analistas têm apontado, entre os motivos para a tendência ruim da bolsa brasileira, para a incerteza a respeito da alta de juros e das medidas macroprudenciais a serem adotadas no combate à inflação pelo governo.

"Há ainda um quadro de desconfiança em relação a uma série de coisas que estão para ser definidas, principalmente no campo fiscal", disse o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, a respeito do tamanho do corte de gastos do governo, previsto para ser divulgado na semana que vem.

"A própria queda na indústria hoje pode ter deixado os mercados com um pé atrás", acrescentou.

A produção industrial brasileira caiu 0,7 por cento em dezembro ante novembro, frustrando expectativas por um aumento de 0,85 por cento.

Além das incertezas locais, investidores apontam que o próprio quadro de recuperação internacional com juros baixos e estáveis nas principais economias globais favorece o retorno do capital a esses mercados. Nesta quarta-feira, por exemplo, o relatório da ADP Employer Services mostrou criação de 187 mil empregos privados nos Estados Unidos, ante previsão de 145 mil vagas.

Construção despenca

O principal destaque de queda no mercado local foram as ações do setor imobiliário, que devolveram parte da expressiva alta do pregão anterior.

MRV Engenharia recuou 4,92 por cento, para 14,30 reais; Cyrela Brazil Realty caiu 4,97 por cento, a 18,15 reais, e PDG Realty teve baixa de 5,17 por cento, a 9,17 reais.

O governo elevou o preço máximo dos imóveis enquadrados no programa "Minha Casa, Minha Vida", um antigo pleito do setor de construção, mas operadores citaram que o efeito positivo do anúncio já estava precificado.

As ações ordinárias da Petrobras tiveram a segunda maior alta do Ibovespa, 1,01 por cento, para 31,00 reais. Os papéis preferenciais da empresa, com maior liquidez, subiram 0,58 por cento, para 27,80 reais.

Uma fonte afirmou à Reuters que a petrolífera desistiu de comprar a participação da Eni na portuguesa Galp.

Fora do índice, os destaques foram a estreante Arezzo e, mais uma vez, o Banco Panamericano.

A ação da fabricante de calçados registrou o terceiro maior volume do pregão, com alta de 11,84 por cento, a 21,25 reais, no primeiro dia de negócios após a oferta inicial de ações.

Já a ação do Panamericano disparou pelo segundo dia seguido, com alta de 26,44 por cento, a 6,60 reais, também com forte volume. Os papéis ainda reagem à compra do controle do banco pelo BTG Pactual.

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