O Brasil apoia a criação de um banco de desenvolvimento dos Brics, que será debatido na reunião do grupo de potências emergentes na próxima semana em Nova Delhi, informou nesta sexta-feira o ministro de Indústria e Comércio, Fernando Pimentel.
"O principal ponto da agenda (na quarta reunião dos Brics, que acontece na quinta-feira) é a proposta de criar um banco dos Brics, um banco internacional, de investimento desses cinco países", explicou Pimentel durante uma coletiva de imprensa com corrensponsáveis estrangeiros.
O bloco é integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
"Temos muito interesse nesta reunião, a consideramos importante", disse o ministro, que advertiu que a proposta de criação do banco, que será impulsionada pela Índia, está ainda em uma etapa inicial e não foi ainda detalhada quanto a suas características operacionais nem em termos de recursos.
Está previsto que os presidentes dos bancos de desenvolvimento dos cinco países firmem em Nova Delhi "os memorandos de entendimento para começar o processo de construção desse banco dos Brics", disse o ministro, ao ser interrogado sobre se a iniciativa tem apoio dos cinco países.
O ministro fez questão de enfatizar, ao mesmo tempo, que a criação desse banco "não é um abandono dos mecanismos multilaterais", como o Banco Mundial (BM) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e sim uma resposta às necessidades econômicas atuais.
Segundo Pimentel, o BM e o BID possuem funções específicas que cumprem bem, como o financiamento de países de renda mais baixa e de obras de saneamento, mas explicou que as necessidades atuais vão mais além.
"O que será discutido é a possibilidade de criar um banco de desenvolvimento do Brics para projetos de infraestrutura e desenvolvimento, não só nesses países, mas sim também em países em desenvolvimento", explica a subsecretária-geral de Política do Ministério de Relações Exteriores, Maria Edileuza Fonteneles.
A diplomata insistiu também que essa é uma ideia muito embrionária e que da reunião deverá resultar apenas um "anúncio de intenção" e a criação de um grupo técnico para definir objetivos e detalhes.
Pimentel também pediu a rápida criação do Banco do Sul para países sul-americanos, pendente de aprovação no Congresso brasileiro.
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